Confira o Editorial do Blog do Jornalista Inaldo Sampaio:
“O debate sobre o fim da
reeleição para presidente da República, governadores e prefeitos continua na
pauta política do Congresso. Vez em quando alguém puxa a discussão de volta
como fez o presidente Bolsonaro em sua campanha presidencial. Ora, a reeleição foi
uma das coisas mais acertadas que os congressistas fizeram após a promulgação
da Constituição de 88.
Fruto de uma emenda de
autoria do então deputado Mendonça Filho, ela possibilita aos eleitores
concederem ou não um segundo mandato ao ocupante de cargo executivo. Se o
eleitor estiver satisfeito com o seu desempenho administrativo, dá-lhe a chance
de ficar mais quatro anos. Do contrário, manda-o de volta para casa. Isso num
país como o Brasil faz toda diferença, pois não são raros casos de prefeitos e
governadores que transmitem o cargo aos sucessores com as finanças em
frangalhos (vide os exemplos do Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Minas Gerais
e Rio Grande do Norte). Então, o que pode fazer em quatro anos um governador
que assume sem dinheiro sequer para pagar a folha de pessoal? Absolutamente
nada. Leva no mínimo dois anos para arrumar a casa e os outros dois estão
reservados para as eleições seguintes.
Essa história de dizer que o governante utiliza a
“máquina” em proveito próprio, sendo candidato à reeleição, é bobagem. Ela a
usaria do mesmo jeito em favor do seu candidato, como fez Quércia em São Paulo
na eleição de Fleury Filho: “Eu quebro o Banespa, mas faço o sucessor”. Quebrou
e fez. Então, para o bem da Pátria e felicidade geral da nação, deixe-se a
reeleição em paz. Ela não significa em absoluto mais quatro anos de mandato. Dá
apenas ao governante a oportunidade de ser julgado pela população quando do
término do primeiro mandato. Se ela estiver satisfeita com o trabalho dele, o
reconduz. Se não, não! Querem algo mais democrático do que isto? Por Inaldo
Sampaio - Coluna Fogo
Cruzado – 25 de junho de 2019”.