domingo, 26 de abril de 2020

GARANHUNS: Prefeitura anuncia 30 Leitos de Retaguarda. Estado promete 80 novos Leitos. Porém, Médico alerta: “Ou mudamos o Plano Estratégico ou irão Morrer muitas pessoas em nosso Município”


A Prefeitura de Garanhuns pretende colocar em funcionamento em até trinta dias leitos de retaguarda para o enfrentamento à Pandemia da COVID-19, aqui no Município.

Segundo informações repassadas à Imprensa, o Governo Municipal está realizando a implantação dos leitos por meio da readequação da estrutura do futuro Centro de Especialidades Multidisciplinares de Garanhuns, previsto para ser implantado ainda neste ano no bairro Francisco Figueira, a Cohab 2. 

Ainda de acordo com a Prefeitura, o Espaço vai concentrar 30 leitos de retaguarda para o atendimento de pacientes com casos estabilizados da COVID-19, e que necessitam de internação. A Unidade, que no projeto inicial seria uma UPA 24 Horas, também receberá equipes formadas por médicos, enfermeiros, psicólogos, nutricionistas, técnicos de enfermagem, assistentes sociais e outros profissionais da área de saúde.

NOVOS LEITOS PROMETIDOS PELO ESTADO – Em recente pronunciamento, o secretário Estadual de Saúde, André Longo, registrou a previsão de abertura de 80 novos leitos, por parte do Governo Estadual, aqui em Garanhuns. Desses, 20 seriam de UTI e estariam à disposição na UPAE, que, segundo o Estado, será transformada em ponto de atendimento da COVID-19. Ainda segundo o Secretário Estadual, estaria havendo a “contratualização com o Hospital Perpétuo Socorro”, para que fossem montados outros leitos de retaguarda. O Secretário não estimou o prazo de quando os leitos estariam prontos para receber aos pacientes.

REALIDADE EM GARANHUNS - Enquanto isso, Garanhuns que é polo médico de uma Região com mais de vinte Municípios, segue contando apenas com dez leitos de UTI no Hospital Regional Dom Moura, porém estes não estariam prontos para pacientes do COVID-19, pois não possuem respiradores, além de outros dez leitos de retaguarda para os pacientes que precisam ficar internados, mas não entubados. Também há dez leitos de retaguarda no setor de Pediatria. Além desses, existem outros 7 leitos de CTI no Dom Moura, e outros quinze leitos de UTI, não para o COVID-19, nos Hospitais Particulares da Cidade.

DESABAFO DE MÉDICO - Em recente postagem no aplicativo de mensagens WhatsApp, um Médico radicado em Garanhuns questionou a demora e a falta de informação por parte do Governo Estadual quanto aos investimentos específicos para os casos confirmados do Novo Coronavírus. A mensagem foi enviada em reserva ao Blog.

“Não dá para ficar batendo na tecla: fica em casa, fica em casa e não fazer nada além desta orientação! Já deu. Já estamos há 40 dias das medidas restritivas e o que o Governo do Estado fez até o momento para a região do Agreste?”, indagou o Médico, complementando: “cadê os respiradores que não chegaram ao HRDM (Hospital Regional Dom Moura)? Ficaram presos na alfândega? Estão sendo usados em Recife? O MS (Ministério da Saúde) não mandou ainda? Cadê a UPAE equipada com os leitos e respiradores? A UPA quem está organizando é o município de Garanhuns, mas precisa da ajuda do Governo Estadual para complementar os serviços! O Hospital Perpétuo (Socorro) já está quase pronto? Sim, é verdade, mas está pronto graças a família Tinoco que fez a reforma sem receber até o momento nada do ponto de vista financeiro por parte do Estado! (...); não estou politizando minhas perguntas, mas, ou mudamos o plano estratégico ou irão morrer muitas pessoas em nosso Município!”, chamou a atenção o Profissional de Saúde.

A POSIÇÃO DO ESTADO – Após orientação da direção da V Gerência Regional de Saúde, sediada aqui em Garanhuns, o Blog do Carlos Eugênio manteve contato telefônico e via e-mail com a Secretaria Estadual de Saúde. Foram encaminhados os questionamentos do Médico, porém em resposta a Assessoria de Imprensa da Pasta registrou apenas que “as novidades para o Agreste serão anunciadas. Entramos em contato assim que possível”. O Blog segue a disposição da Secretaria Estadual de Saúde e dos demais órgãos citados nesta reportagem para publicar as suas versões sobre o assunto.