sexta-feira, 17 de julho de 2015

Concurso de Ipojuca é Anulado. Quadrilha é suspeita de participar de Certame em Garanhuns


O Concurso Público da Autarquia Municipal de Trânsito e Transportes do Ipojuca (Amttrans) foi totalmente anulado devido à descoberta de fraude.

De acordo com a Prefeitura do Município, “não haverá nomeações” em nenhuma das funções. O motivo da anulação foi à descoberta de uma quadrilha que usava ponto eletrônico para fraudar o processo seletivo. Na Operação Mercador da Polícia Civil, foi observada a irregularidade apenas entre alguns dos candidatos a agente de trânsito. Mesmo assim, uma nova seleção ocorrerá em 2016. Segundo o Órgão, “infelizmente, os que fizeram o concurso honestamente, terão que fazer novamente”. 

A Portaria SAD nº 098/2015, de 19 de junho de 2015, determina a nulidade do Certame, que oferecia 84 vagas para a função. Ainda não se sabe, contudo, como vai ficar a situação dos candidatos que realizaram de forma honesta. Os valores das inscrições devem ser devolvidos pelo Governo de Ipojuca.

OPERAÇÃO - No dia 27 de abril deste ano, a Delegacia de Crimes Contra Administração e Serviços Públicos (DECASP) anunciou a Operação Mercador. A delegada Patrícia Domingos foi a responsável pelas investigações da Operação. Nela, foram indiciados 11 acusados de formarem quadrilha que fraudava concursos públicos. Entre os acusados, 9 eram servidores públicos de outros Órgãos. Além dos membros da organização criminosa , há os beneficiários da fraude, ou seja, os que pagaram para obter o ponto eletrônico no dia da prova objetiva e também no dia da prova final, que ocorreria após o término no Curso de Formação. O inquérito policial do caso já foi concluído, mas os acusados ainda aguardam julgamento da Justiça Estadual.

Os integrantes da quadrilha vão responder por associação criminosa e fraude contra certames, cujas penas somadas podem chegar a sete anos de reclusão. Os beneficiados serão julgados pelo crime de fraude em certames, que prevê quatro anos de detenção, no máximo.

ESQUEMA - O ponto era comprado por R$ 1.500 ou R$ 2.000. Após a investidura no cargo, os beneficiados deveriam completar a quantia de R$ 20 mil, paga através de empréstimo consignado. Os 19 primeiros colocados tiraram a mesma nota. Eles acertaram todas as questões, com exceção da 18ª, em que marcaram a mesma alternativa equivocada: a letra “E”. As investigações já duram dois meses. Os R$20 mil eram cobrados de forma violenta.


QUADRILHA - O líder da quadrilha, o técnico judiciário do Tribunal de Justiça do Estado (TJPE) Anderson Lima Ribeiro, 32 anos, não chegou a ser preso, pois foi assassinado dias antes da deflagração da operação, no dia 14 de abril. A Polícia não sabe ainda se a causa do homicídio tem ligação com o crime.

Além dele, o chamado “braço intelectual” da organização criminosa era composto pelos guardas municipais do Recife, Thiago Vaz de Araújo Silva, 31, e Thiago Augusto Nogueira Leão, 29. O “braço armado” era liderado pelo agente penitenciário Márcio Manoel Soares Gomes (conhecido como Márcio Bronca), 37 anos, além do guarda de Itapissuma, Jonata Zoberto Verçosa de Lima, 31, e do motorista da Prefeitura de Carpina, Clélio Torres de Paiva Júnior, 30.

Os demais: Brunno Henrique de Sena, 20; Augusto César Nascimento da Silva, 38; Gledson Antônio Bandeira, 27; Elter Leão de Castro, 26; e Jefferson Faustino da Silva, 29, único que permanece foragido da justiça – realizavam aliciamento de compradores e cobranças. Luiz Alex de Oliveira Cavalcanti, 25, foi preso, porém não tem ligação com a quadrilha. Ele, que ficou em 102º lugar no certame, se entregou à Polícia e apresentou dois cadernos de prova, um deles foi comprado por R$ 5 mil. Ele era porteiro da Universidade de Pernambuco (UPE). (Com informações da Folha de Pernambuco)