O Governador Paulo Câmara
(PSB) tem acompanhado com atenção o desenrolar da briga entre governo e
oposição em Brasília, mas não se descuida das questões eleitorais no Estado.
Com os últimos prazos para troca de partido movimentando a política local, o
socialista investiu em encontros com integrantes de diversos partidos para
tentar fortalecer o seu grupo político para as eleições de outubro.
Paulo vem trabalhando com a
meta de garantir na maioria dos 184 cidades de Pernambuco a vitória de pessoas
ligadas à Frente Popular para atestar que de fato exerce uma liderança político-partidária
estadual. O segundo objetivo é ampliar a hegemonia do PSB, equilibrando essa
ação com as alianças já existentes. A terceira missão foi "desidratar"
a oposição ou partidos aliados considerados rebeldes como o PSDB, cooptando
novos quadros para a ala socialista ou para legendas da Frente Popular, mais
fiéis, e que representem menos risco para os planos de crescimento da sigla, a
exemplo do PSD.
Embora o resultado mais
imediato das iniciativas de Paulo ocorra nas eleições de outubro, ele mira 2017
e 2018. No próximo ano, haverá eleição para a escolha do novo presidente
nacional do PSB e o governador, que é vice-presidente nacional da Legenda,
quer mostrar que os socialistas pernambucanos seguem fortes politicamente
depois da morte de Eduardo Campos. A ordem é não dar brecha para que grupos de
outros Estados tentem reduzir o espaço local na Executiva nacional sob o
pretexto de que o partido encolheu em Pernambuco. O mapa eleitoral que vem
sendo montado por Paulo também visa garantir o maior número de prefeituras para
reforçar a sua reeleição em 2018 e um possível projeto presidencial do Partido.
Segundo os governistas,
enganou-se quem apostou no insucesso do Governador nas articulações por conta
do seu perfil mais técnico. Os aliados dizem que ele tomou gosto pela política
e, mais do que isso, sabe que precisa agir uma vez que o PSB não pode mais se
apoiar em Eduardo Campos.
REELEGER GERALDO JULIO É PRIORIDADE PARA CÂMARA - Em 2014, logo
após a morte de Eduardo Campos, o prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB), foi
um dos socialistas que mais se empenharam na eleição de Paulo Câmara (PSB).
Este ano, é a vez do Governador retribuir a
ajuda do colega de Partido. Nessa tarefa, Paulo propôs entregar a Secretaria de
Agricultura ao deputado Kaio Maniçoba, recém-filiado ao PMDB. Dessa maneira, o Governador
abre espaço para Luciano Bivar (PSC) na Câmara Federal e assim amarra o apoio
do empresário a Geraldo. A convocação de Kaio está sendo vendida como a
ampliação do espaço dos peemedebistas no Estado, mas é vista como uma jogada do
Governador para fortalecer o Prefeito. (Com
informações do Jornal do Commercio)