Recebemos
do Presidente do Diretório Municipal do PSB, Ivan Rodrigues, o seguinte
comunicado:
“Uma
grande notícia para Garanhuns e todo o Agreste Meridional. Em audiência pública
ocorrida na última quinta-feira, dia 19, em que se discutia a implantação de
uma passarela na travessia para o bairro de Manoel Cheu, em face das mortes que
vêem acontecendo no local, o Secretário de Planejamento do Município, Dr.
Fernando Nunes, anunciou a incorporação do Poder Público Municipal no pleito
para impedir a passagem da duplicação da BR-423, através da zona urbana de Garanhuns
e, ao mesmo tempo, defender a construção de um arco rodoviário contornando a
cidade, inserido numa rodovia perimetral que permita a capilarização do
entroncamento rodoviário que tem o seu epicentro na cidade de Garanhuns.
Coloquei-me, desde logo, à disposição para colaborar no que for necessário,
considerando por oportuno, que desde abril do corrente ano, distribuímos o
texto abaixo (pertinente à defesa do tema e que permanece atualíssimo) com
todos os blogueiros da Região:
“Alguns tecnocratas andaram anunciando, como
decisão de Governo, uma desastrada intervenção no encaminhamento do traçado da
duplicação da BR-423 (São Caetano-Garanhuns), ação da maior importância para
todo o Agreste Meridional que é imensamente grato ao Governador Eduardo Campos
pela decisão governamental de implantar essa duplicação.
Entretanto, alguma coisa está destoando da
extraordinária iniciativa. No dizer do poeta, “as cidades nascem dos sonhos” e
esses sonhos não podem ser destruídos por uma insensibilidade burocrática. Os
luminares de engenharia rodoviária e urbanística recusam-se considerar a
absoluta e inarredável necessidade de inclusão, no projeto executivo, de uma
alça de contorno à cidade de Garanhuns, sob a medíocre alegação do alto custo
da obra e, com isso, pretendem DESPEJAR o consequente adensamento de tráfego em
uma via urbana da cidade que acarretará – sem qualquer dúvida – na destruição
de uma boa parte de Garanhuns. Isso é uma prática predatória, gerada por
técnicos ainda aferrados a conceitos medievais, que nenhuma cidade do mundo
atual admite mais.
Claro que essa alça proposta faria parte de um anel
rodoviário contornando a cidade para racionalizar a capilarização de um
importante entroncamento rodoviário, com fulcro em nossa cidade e que não está
sendo devidamente avaliado. Claro que, para sua construção, não se pode
atentar, apenas, para o seu custo, mas, sobretudo, para os seus aspectos
técnicos, econômicos, sociais, políticos, urbanísticos, ambientais, mobilidade
urbana (o mal do século), qualidade de vida, etc. não podendo se ater a
mesquinhos indicadores de custo , sem avaliar sua economicidade.
Por falar em economicidade, os técnicos “esquecem”
de observar a circunstância de que TODA A FAIXA DE DOMÍNIO DA ESTRADA A SER
DUPLICADA ENCONTRA –SE PRESERVADA NAS MESMAS CONDIÇÕES DE SUA DESAPROPRIAÇÃO
OCORRIDA HÁ MAIS DE TRINTA ANOS, ainda no governo Nilo Coelho. O custo,
portanto, para desapropriações do percurso é SIMPLESMENTE ZERO. Excetuam-se,
logicamente, as intervenções de interseção das estradas e acessos a cidades ao
longo do seu trajeto, que existirão de qualquer modo e que evidenciam a
significativa economicidade do projeto.
São importantes, portanto, algumas observações:
ENTRONCAMENTO RODOVIÁRIO:
Cruzam em Garanhuns algumas rodovias alcançando
cidades importantes no contexto nordestino:
a)
A própria
BR-423, com início em São Caetano servindo em seu trajeto: Cachoeirinha,
Altinho, Ibirajuba, Lajedo, São Bento do Una, Belo jardim, Canhotinho, Jupí,
Jucatí, Calçados, Vila de Neves, Vila de São Pedro, Paranatama, Saloá,
Iatí, Aguas Belas, Itaíba, Tupanatinga, Buique e Arcoverde; daí em diante
cruza todo sertão alagoano, até alcançar a cidade de Paulo Afonso na Bahia.
b)
A PE-177, com início em Palmares, servindo em seu trajeto:
Catende, Belém de Maria, Lagôa dos Gatos , Vilas de Laje Grande e Batateiras,
Jaqueira, Maraial, São Benedito do Sul, Quipapá - onde alcança a BR-104 ora em
duplicação - , Panelas, Cupira, Agrestina, Caruarú, Canhotinho, Anjelim,
Palmeirina e São João.
c)
A BR-424, com início na Região do Pajeú, servindo em seu trajeto
Arcoverde, Pedra, Venturosa,Caetés, Capoeiras, Vila de Poço Comprido,
Correntes e entra no Estado das Alagoas em Santana do Mundaú até alcançar
Maceió.
d)
PE-218, que já está a exigir também sua duplicação, com início em
Garanhuns, servindo em seu trajeto Brejão, Terezinha, Bom Conselho, até
alcançar a divisa com o Estado das Alagoas no município de Palmeira dos Índios.
Des necessário
realçar que a duplicação da BR-423 resultará em forte incremento do tráfego
nessas rodovias que se entrelaçam no entroncamento de Garanhuns, com reais
danos e uma breve saturação da área urbana de Garanhuns.
ÁREA ATINGIDA PELA MANUTENÇÃO DO
ATUAL TRAÇADO:
A BR-423, a manter-se o projeto, prejudicará uma
parte substancial da cidade, sendo de relevar-se que ali já se encontram
atividades de intensa movimentação viária, tais como o campus da Universidade
de Pernambuco, o campus da Universidade Federal Rural de Pernambuco e sua
Clínica de Bovinos, o quartel do 71º B.I. e provável quartel do Batalhão da
Polícia já em estudos, a U.P.A.E. com inauguração para dentro em breve, o
Shopping Center já em construção e vários condomínios residenciais (privês) de
alta qualidade.
Ressalte-se, ainda, que nesse trecho urbano a ser
invadido pela duplicação, existem dois boqueirões profundos submetidos à uma
erosão constante, sendo que o último deslizamento ocorrido em um deles,
interditou uma faixa de tráfego que, dada a sua dimensão, levou alguns anos
para ser reparado e, mesmo assim, já apresenta um novo afundamento da pista.
Imagine-se o que vai acontecer com o alargamento resultante de sua duplicação.
Os danos
serão irreparáveis para o desenvolvimento ordenado de sua área urbana; o
prejuízo inevitável para sua mobilidade; a necessidade de construção das
“famigeradas passarelas” de pedestres, obedecendo a uma tradicional e perversa
prioridade uma vez que não permite sua utilização por quem mais precisa: os
deficientes físicos e idosos que continuarão obrigados a atravessar a pista
atropelando os veículos; a importuna construção das inevitáveis “lombadas” que
dificultarão a rapidez do tráfego dos veículos que ultrapassarem Garanhuns em
demanda às cidades do entorno; a lentidão do trânsito que prejudicará também os
veículos de toda a região na sua ultrapassagem e o inexorável aumento dos
acidentes que resultarão em mortes e incapacidades físicas e aí ninguém esqueça
que estamos tratando de VIDAS HUMANAS.
PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO:
As cidades não são pensadas apenas para o presente
e a falta de previdência pode ser destruidora. É pacífico que precisamos
planejá-las pensando no futuro para que não mais ocorram os desastres urbanos
já provocados, bem como e, sobretudo, o alto custo das alternativas a que estão
obrigados os gestores de agora para reparar os erros dos governantes de
outrora, de que são exemplos:
a)
O Arco
Metropolitano composto por uma auto-estrada com cerca de 70 quilômetros para
contornar o Recife, que o governo Eduardo Campos está encarando para corrigir
um erro do passado, a um custo altíssimo de desapropriações, na medida em que
atravessa uma região de grande valorização imobiliária e sem contar o prejuízo
já causado à cidade pelo atual traçado da BR-101. Os jornais do dia 26 de março
divulgaram fartamente que essa obra custará a “bagatela” de R$1.200.000.000,00
(um bilhão e duzentos milhões de reais), enquanto os 76 quilômetros da
duplicação da BR-423 custarão apenas R$450.000.000 (quatrocentos e cinqüenta
milhões de reais), ou seja, cerca de 1/3 do custo desse arco rodoviário;
b) O incrível viaduto de Cinco Pontas, na cidade do
Recife, uma verdadeira aberração da engenharia de trânsito e urbanismo, que
está a exigir uma reformulação integral da área, incluindo a sua demolição;
c) O primor de má-concepção dos
dois viadutos em frente ao Aeroporto do Recife,
que desembocam os seus escapes em corredores de gelos baianos, sem falar nos
inúmeros conflitos criados nos seus acessos e saídas;
d) Todos lembram que a decisão
sobre a construção do túnel e do maior viaduto do Nordeste, na transposição da
Russinha pela duplicação da BR-232, somente foi tomada durante a construção. A
solução foi encontrada no decorrer da obra e, independentemente do seu custo,
na Russinha foi possível e porque em Garanhuns a solução tem que ser a MAIS
BARATA, mesmo sendo de qualidade discutível e custando a degradação da cidade?
e) Mesmo com essa solução da
Russinha, não se tangenciou a cidade de Gravatá que resultou invadida e
devastada pela duplicação e tem hoje 7 (sete) quilômetros de auto-estrada
interditados para velocidades superiores a 40 quilômetros e vale lembrar que em
dias de festas (que são constantes) a estrada fica totalmente engessada. A
cidade de Gravatá tem tolerado esse absurdo porque a maioria da população à
margem da estrada não vive lá e não tem qualquer relação de amor a terra,
frequentando-a apenas em fins de semana.
f) Da mesma forma em que se
critica a desastrada travessia de Gravatá, ressalte-se a eficiente transposição
de Vitória de Santo Antão, tangenciando a cidade sem criar-lhe danos e
implantando novos focos de desenvolvimento para a região. Recentemente, o
Jornal do Commercio em sua seção de Economia destacou o que já denomina de
“Complexo Industrial que se formou nos municípios de Glória do Goitá, Pombos e
Vitória de Sto. Antão” com uma movimentação naquelas cidades na ordem de 4,3
milhões de reais mensais e significativa geração de empregos.
g) Em Caruarú, que tem apenas
uma única interseção com a BR-104, já foi concluído o anel de contorno da
cidade. Porque em Garanhuns não se elabora, desde logo, o projeto completo do
anel rodoviário e mesmo que sua construção não se complete agora pela (alegada)
escassez de recursos, que se faça a transposição da cidade mediante sua
ultrapassagem em direção a Paulo Afonso através de um tangenciamento desde logo
enquadrado no projeto original. O resto se faz depois, à medida em que sua
necessidade se imponha através do desenvolvimento das estradas integradas e da
própria cidade;
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DE GARANHUNS:
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DE GARANHUNS:
Esqueçamos, no episódio, a nossa baixa-estima e
vamos pensar grande e esta é a grande questão. A implantação do arco rodoviário
da cidade de Garanhuns, além de todas as razões de natureza técnica já
expostas, expõe a possibilidade de um desenvolvimento ordenado, no seu entorno,
de uma nova fronteira de expansão da cidade, recomendada por sua localização
afastada da zona residencial, em que se abrigaria um pólo industrial e de
serviços, preservando-se de antemão o meio-ambiente e estabelecendo-se as
normas legais de proteção da utilização dos seus espaços.
Seriam incluídos na elaboração deste mega-projeto:
um distrito industrial; um espaço consentâneo para eventos (todos proclamam que
a cidade não suporta mais a magnitude do Festival de Inverno e discutem a ampliação
da praça de eventos atual); um centro comercial incluindo mais um shopping
center; um centro de artesanato; um centro de convenções articulado com um
hotel, ambos de nível internacional (os jornais do último domingo - 21.04 - dão
notícia que o Centro de Convenções do Recife já está comprometido até 2015);
uma unidade de qualificação profissional compatível com a demanda do projeto e
reserva das áreas de estacionamento necessárias para todas essas atividades.
Considere-se o baixo custo da área a ser utilizada,
diferentemente dos espaços urbanos centrais, que facilitaria sobremodo as
eventuais desapropriações que se fizessem necessárias para sua implantação e,
ademais, a multiplicidade das atividades permitiria a sua implantação de forma
gradual, favorecendo a identificação, garimpagem e busca dos investimentos
privados bastantes à sua execução.
Não se pode esquecer nessas considerações a
necessidade de prever, nos referidos polos, a construção de conjuntos
residenciais para abrigar os trabalhadores neles envolvidos, assegurando-lhes
residência próxima aos locais de trabalho, com baixo custo e dispensando
transporte coletivo em distâncias longas que resultam em estressante perda de
tempo e, ademais, com essa providência, seria evitado o grave problema da
FAVELIZAÇÃO, sempre recorrente nos projetos de desenvolvimento , mal ou sem
planejamento adequado.
Com a necessária antecipação, em tarefa conjunta do
Estado e do Município, seria elaborado um macro-projeto para essa nova fronteira
que estabeleceria no seu planejamento todos os requisitos, demandas e
distribuição espacial sem essa estúpida invasão da área urbana da cidade, com
reais danos à qualidade de vida da população que todos temos a obrigação de
preservar, para sua execução no prazo adequado às suas necessidades e
possibilidade de captação de recursos.
CONCLUSÃO
Não sou autoridade nessa matéria, mas assumo a
ousadia e a vaidade de intrometer-me na questão em face do nosso pioneirismo
(eu e outros companheiros do Partido) no trato dessa questão, ainda em janeiro
de 2012 em uma das famosas reuniões promovida pelo nosso PSB de Garanhuns,
quando se discutiu amplamente a questão do projeto de duplicação da estrada São
Caetano-Garanhuns. Considero lamentável que as nossas autoridades constituídas
e legitimadas pelas eleições de 2012 aceitem, passivamente, a desastrada
iniciativa, conforme se comprovou na audiência pública dirigida pela Secretaria
de Transportes. Elas foram omissas e lenientes diante da anunciada maldade que
se pretende fazer com nossa terra.”
IVAN RODRIGUES”.