quarta-feira, 10 de julho de 2019

POLÊMICA: Ministério Público de Contas pede Cancelamento de Buffet do Governo do Estado no FIG


O Ministério Público de Contas de Pernambuco (MPCO) protocolou uma representação, no Tribunal de Contas do Estado (TCE), pedindo o cancelamento da contratação do buffet do Governo do Estado para o Festival de Inverno de Garanhuns (FIG). O contrato da FUNDARPE prevê gastos de até R$ 181 mil reais com alimentação (refeições e lanches) no FIG, que será realizado entre 18 e 27 de julho, aqui em Garanhuns.


Segundo a representação, assinada pelo procurador Cristiano Pimentel, são três as irregularidades que levaram o MPCO a pedir a suspensão do contrato. A primeira, seria o fato da FUNDARPE dizer que a alimentação seria para os artistas, apesar deles já serem remunerados por cachês. Para o MPCO, como os cachês são pagos com recursos públicos, já deveriam suportar os gastos com alimentação dos artistas.


A segunda irregularidade seriam itens que, para o MPCO, são manifestamente supérfluos. Segundo o MPCO, o edital da licitação da FUNDARPE exigiu itens como: “Doces em calda; Mousse de chocolate; Mousse de limão; Mousse de maracujá; Pavê de chocolate; Pudim de leite; Sorvete; Torta bem-casado; Torta de limão; Torta de morango com chocolate; Torta mousse de chocolate; Beijinho; Bem-casado; Brigadeiro; Crocante; Surpresa de uva; Castanhas; Nozes; Antepasto de berinjela; Blanquet de peru; Chester defumado; Fiambre; Lombo defumado; Bolinho de bacalhau; Coxinha com catupiry; Patê de atum; patê de azeitona; Patê de chester defumado; Quiche de palmito; Quiche de queijo; Torta de camarão; Torta de ricota; Torta de Queijo do reino; Brioche; Doce; Francês; Italiano; Moqueca de peixe e peixada”. Todos estes itens serão pagos com recursos públicos do Governo do Estado, segundo o edital da licitação.

“A FUNDARPE está exigindo desde fiambre a doce francês. Café é exigido cappuccino. Doces finos, como beijinho e bem-casado, também estão entre as exigências da FUNDARPE. Exigências manifestamente supérfluas e desproporcionais. O buffet exigido pela FUNDARPE, respeitosamente, está mais adequado ao Itamaraty”, diz o procurador Cristiano Pimentel, no documento oficial da representação.

A terceira irregularidade, apontada na representação do MPCO, é que as quantidades são incompatíveis com a destinação do buffet aos artistas. Segundo a FUNDARPE, são previstos 850 almoços para os Artistas, durante o Festival. O MPCO diz que a quantidade é incompatível, pois significariam 95 almoços por dia para os artistas, em média.

“As quantidades unitárias são muito elevadas, o que leva, respeitosamente, à descrença das informações da FUNDARPE sobre os alimentos serem exclusivamente destinados aos artistas que se apresentarão no FIG 2019, levando este MPCO a imaginar o acerto da reportagem (do Blog do Jamildo) de que parte destes alimentos serão destinados a convidados e autoridades”, diz o procurador do MPCO, no pedido de cautelar. “O resultado da licitação aponta gastos de R$ 181 mil reais, o que se revela bastante elevado para alimentar os artistas  contratados, durante os poucos dias do Festival. Seriam mais de 20 mil reais por dia, todos os dias, em buffet, em média”, aponta Cristiano Pimentel, do MPCO.

A representação do MPCO foi protocolada nesta quarta-feira, dia 10. O pedido de cautelar está sendo analisado no gabinete da conselheira Teresa Duere.

BUFFET PARA CAMAROTES DO GOVERNO? – Reportagem publicada no Blog do Jamildo sugere que os alimentos seriam utilizados nos camarotes do Festival. "Segundo uma fonte do Blog do Jamildo, os serviços estão sendo contratados para atenderem os camarotes VIPs, do Governo do Estado, no Festival. Os Camarotes serão destinados a atender políticos, autoridades e convidados do Governo do Estado", publicou o jornalista Jamildo Melo em seu Blog.

A POSIÇÃO DO ESTADO – Através de Nota, o Governo de Pernambuco, através da Secretaria de Cultura/Fundarpe esclareceu a reportagem publicada pelo Blog de Jamildo. De acordo com a Secult, “a licitação de buffet se refere ao atendimento de alimentação (lanches e refeições) para os grupos culturais e artistas dos 18 pólos do Festival de Inverno de Garanhuns, como: Cultura Popular, Circo, quilombo Castainho, Teatro, Dança, Forró, Som da Rural, entre outros, não sendo destinados a convidados, políticos ou autoridades”. Ainda segundo a Nota, quando secretário de Cultura, em 2014, o agora presidente da Fundarpe, Marcelo Canuto, extinguiu a contratação de estruturas de camarotes para festividades governamentais como FIG, Carnaval e São João. Canuto também esclareceu que “o valor licitado é um teto estimado, que historicamente não é atingido”. (Com informações do Blog do Jamildo. CONFIRA)