Quase dois anos após o
acidente que matou o ex-governador Eduardo Campos, o PSB luta para suprir o
vácuo de liderança deixado pelo cacique-mor da legenda. Agora, às vésperas do
início da campanha eleitoral, a sigla tenta se desvencilhar das investigações
da Polícia Federal, que ligam a legenda a esquemas de corrupção. Nomes de peso
do Partido são citados e, ao subir no palanque, mais do que a defesa do
mandato, os candidatos terão que fazer a defesa da legenda e de seus líderes.
De 2015 para cá, cinco
investigações da PF citaram políticos do PSB, são elas: Fair Play, Vidas Secas,
Politeia, Catilinárias e a mais recente: Turbulência. Deflagrada em 21 de
junho, o inquérito é o mais emblemático e cercado por mistérios. A investigação
destrincha esquema de desvio de R$ 600 milhões da Petrobras e da Transposição
para abastecer as campanhas de 2010 e 2014 de Eduardo, além de investigar a
compra do avião usado na campanha de 2014, o mesmo do acidente fatal.
Das investigações em curso
pela PF, algumas derivam da Lava Jato, outras partiram da PF do Recife. É o
caso da Fair Play, que investiga desvio de R$ 48,7 milhões da Arena Pernambuco.
Na ocasião, quem estava à frente do Comitê de Gestão da Arena eram o hoje
prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB), e Paulo Câmara.
Outra investigação que
nasceu no Estado e envolve o PSB é a Vidas Secas, que investiga supostos
desvios de recursos da Transposição entre 2010 e 2013. O hoje senador Fernando
Bezerra Coelho esteve à frente do Ministério da Integração Nacional, por
indicação de Eduardo, de 2011 a 2013.
As operações Politeia e Catilinárias
citam o senador e o ex-presidente da Copergás Aldo Guedes, considerado um dos
principais aliados de Eduardo Campos. A reportagem do Jornal do Commercio tentou
falar com os presidentes estadual e nacional do PSB para avaliarem o cenário,
mas eles não atenderam. (Com informações
do Jornal do Commercio – Caderno Política - Edição de 3/7/2016 – por Marcela
Balbino Mariana Araújo)