Com um mês de campanha nas ruas, o candidato ao Governo
do Estado pela coligação Pernambuco Vai Mais Longe, Armando Monteiro (PTB),
apresenta 37% das intenções de voto, segundo a consulta produzida pelo
Instituto de Pesquisa Maurício de Nassau (IPMN), encomendada pelo Portal Leia
Já e publicada em parceria pelo Jornal do Commercio.
Na pesquisa estimulada, com apresentação dos candidatos
ao entrevistado, o petebista está 27 pontos percentuais à frente do adversário,
o candidato pela Frente Popular, Paulo Câmara (PSB), que teria 10% das
intenções se as eleições acontecessem neste momento.
Apesar da liderança do petebista neste momento, o quadro
sugere indefinição, uma vez que a soma dos brancos/nulos/indecisos com os que
não sabem/não responderam chega a quase metade do universo de eleitores: 48%. A
margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
O cenário indica uma eleição bastante acirrada, de acordo
com um dos coordenadores da pesquisa, o cientista político e professor da
Universidade Federal de Pernambuco, Adriano Oliveira. “Nós não podemos dizer
que a eleição está definida. Por que o senador (licenciado, Armando Monteiro)
ainda não ultrapassou a marca dos 40%? Simples. Porque 50% dos eleitores ainda
estão à procura do voto. Se eles migrarem para Paulo, tende a ser acirrada”,
analisa.
Oliveira lembra que esta primeira pesquisa após o
registro oficial das candidaturas na Justiça Eleitoral serve como ponto de
partida para balizar o crescimento dos postulantes. “O Instituto optou por um
cenário eleitoral definido, após a Copa do Mundo, que se dizia que, a depender
do resultado, iria influenciar”, frisa.
Ainda sobre os dois candidatos que estão na dianteira da
pesquisa, a consulta espontânea sobre a eleição para o Governo do Estado revela
Armando Monteiro com 22% das intenções de voto e Paulo Câmara, que ainda é um
grande desconhecido dos eleitores, com 6%. Nesta mesma amostra, o nome do
ex-governador Eduardo Campos, padrinho político de Paulo, que está na corrida
presidencial, chega a pontuar, com 6%. “É baixo e representa mais um desejo do
que uma confusão. Mostra que a maioria já sabe que ele não pode ser mais
candidato ao governador”, ressalta Oliveira.
Um dado é indispensável para avaliar a atual conjuntura
eleitoral, pré guia na rádio e televisão: o nível de conhecimento. Mesmo com
Paulo Câmara apresentado como o escolhido de Eduardo Campos para sucedê-lo no
Palácio do Campo das Princesas, 60% dos entrevistados disseram nunca ter ouvido
falar dele, 28% disseram conhecer “muito pouco” e apenas 9% falaram em conhecer
“muito bem”. Nessa questão, o adversário Armando Monteiro aparece com 30% dos
entrevistados afirmando o conhecer muito bem, 47% “muito pouco” e 22% “nunca ouvi
falar”. “Há uma margem muito grande para Paulo crescer quando ele se apresentar
ao eleitorado e isso deve acontecer mais fortemente quando o guia eleitoral
começar”, diz o cientista político.
“Não dá para dizer que existe favoritismo na eleição
nesse momento. Não é verdade. É um quadro indefinido e há uma fragilidade na
candidatura do senador Armando Monteiro pelo fato de ele não ter avançado,
mesmo sendo bem mais conhecido, sobre o universo do que ainda estão procurando
um candidato”, conclui Adriano Oliveira.
Outro ponto que não pode deixar de ser considerado nesta
análise do momento eleitoral é a força política do ex-governador Eduardo Campos
(PSB) como cabo eleitoral. Numa das perguntas, 26% do eleitorado consultado diz
que está “entusiasmado” para votar em um candidato apoiado pelo ex-governador
socialista.
Foram ouvidos 2.482 eleitores de todo o Estado, entre os
dias 28 e 29 de julho. A margem de erro é de dois pontos percentuais
Por outro lado, 21% disse preferir votar naquele de
oposição ao líder socialista. Isto é, uma pequena diferença de cinco pontos
percentuais. Mas é em cima dos “indiferentes” a Eduardo que está o fator que
pode pesar a favor ou conta os dois adversários, uma vez que 36% não tem o
socialista como referência para fazer o seu voto.
Os outros quatro candidatos obtiveram um percentual
inexpressivo nesta primeira consulta. Apenas Zé Gomes (PSOL) e Jair Pedro
(PSTU) pontuaram, cada um, 1%. Os demais, Miguel Anacleto (PCB), Pantaleão
(PCO) não conseguiram pontuar. (Do
JC Online)
Confira os Números para o Senado. Clique em MAIS INFORMAÇÕES:
SENADO: JOÃO PAULO, 30%; BEZERRA COELHO, 13%
Do JC Online - Carolina Albuquerque:
“Na consulta
feita pelo Instituto de Pesquisa Maurício de Nassau (IPMN) com o cenário de
disputa pelo Senado, também é um candidato da coligação Pernambuco Vai Mais
Longe, o ex-prefeito do Recife que lidera a preferência dos entrevistados. O
petista João Paulo aparece com 30 pontos percentuais na intenção de voto. O seu
principal adversário, o ex-ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra
Coelho, do PSB e candidato pela Frente Popular, aparece em segundo lugar com
13% das intenções de voto.
A distância de
17 pontos percentuais, segundo a análise do cientista político e professor da
Universidade Federal de Pernambuco, Adriano Oliveira, um dos coordenadores da
pesquisa, ainda não configura uma perspectiva concreta de definição do quadro
no jogo pela vaga majoritária do Senado. Ele considera que o cenário atual é
ainda pode ser modificado, apesar da liderança de João Paulo e da margem de
pontos obtida. Um dos fatores apontados pelo pesquisador é que, historicamente,
a disputa pelo Senado tende a ser sempre muito vinculada à de governador. “Se
Paulo Câmara (candidato do PSB ao Governo do Estado) cresce nas pesquisas, esse
percentual pode mudar”, assinala. Até porque, segundo ele, o total de
branco/nulo/indecisos mais o de não sei/não respondeu é alto, atingindo a casa
dos 54%. “Trata-se de uma
margem muito grande para o candidato conquistar nos meses que se seguem”,
ressalta Adriano Oliveira.
Para ele, assim
como na eleição para governador do Estado, a corrida em direção ao Senado tende
a ser definida pelos votos oriundos da Região Metropolitana do Recife. Nesse
ponto, João Paulo apresenta certa vantagem já que foi prefeito do Recife por
dois mandatos.
Este fato se traduz
por números apresentados pela consulta. Na cidade do Recife, o candidato
petista chega a obter 37% das intenções de voto, enquanto Fernando Bezerra
Coelho pontua 9%. Na Região Metropolitana do Recife (RMR), excluindo a capital,
a diferença chega a ser ainda maior: 41% contra 7%, respectivamente.
O quadro se
inverte quando a região consultada é o Sertão em particularmente, o Vale do São
Francisco, reduto político de Bezerra Coelho. Pela pesquisa, o candidato
socialista consegue 35% de intenção de voto no Sertão contra 11% do petista
João Paulo. Na região do São Francisco, a diferença entre os dois é de 53%
contra 19%.
No maior colégio
eleitoral do Estado, no entanto, o ex-ministro da Integração conta com o apoio
do prefeito do Recife, Geraldo Julio, do PSB, cuja administração vem sendo bem
avaliada.
“Podemos dizer
que a disputa não está decidida, pois existem os apoios que o PSB tem na Região
Metropolitana em várias prefeituras e, apesar de ter sido um prefeito bem
avaliado, João Paulo pode ter que encarar uma rejeição ao PT, como foi a
eleição de 2012”, contextualiza.
Naquele ano,
lembra Adriano Oliveira, o PT sofreu um revés perdendo a liderança de 12 anos
na Prefeitura do Recife após um confuso processo sucessório e de realização de
prévias dentro do partido, o que terminou deixando de fora da disputa pela
reeleição o prefeito de então, João da Costa (PT). O fato político afastou os
dois “Joões”, que só há pouco se reaproximaram.
Os outros três postulantes ao Senado não
apresentaram um percentual significativo entre os entrevistados. Simone
Fontana, do PSTU, teve 1%; Albanise Pires, do PSOL, 1%; e o candidato Oxis, do
PCB, não conseguiu pontuar”.