domingo, 17 de março de 2013

Estudo revela alta no preço das verduras e legumes



Estudo realizado pela Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) e Secretaria de Agricultura, Abastecimento, Meio Ambiente e Recursos Hídricos mostra que a estiagem está provocando uma alta nos preços dos legumes e verduras em Pernambuco. Para estudar a situação, foram analisados os valores dos produtos das Centrais de Abastecimento de Garanhuns e Recife no mês de fevereiro dos anos de 2011, 2012 e 2013.

Segundo o diretor de Desenvolvimento Rural, Rômulo Fernandes, para retirar o efeito da inflação, os preços dos anos anteriores foram corrigidos pelo Índice Geral de Preços em Disponibilidade Interna (IGP-DI). “É importante destacar que a inflação, medida pelo IGP-DI, ficou em 7,85% no período de fevereiro de 2012 a fevereiro de 2013”, informou.

O repolho foi o produto que apresentou maior alta, com 163,1% de aumento. O preço passou de uma média de R$1,70 para R$4,50. Em seguida aparece o tomate, com 133,0% de aumento. A disparada nos preços é resultado da seca no Nordeste e do excesso de chuvas e das altas temperaturas na região sudeste do país.

O agricultor Geraldo Luís da Silva é um exemplo de quem sofre com o problema. Ele planta repolho há 48 anos e atualmente precisa comprar de fornecedores da Bahia para revender. Segundo ele, por feira, antes conseguia vender 500 sacos de repolho. Hoje, vende de 100 a 150. “Caiu muito a procura e, consequentemente, a venda. Antes eu cobrava R$25,00 por 20kg do produto, e hoje a mesma quantidade é 65,00 reais”, disse.
A macaxeira trazida de outros Estados, também foi afetada por conta do aumento de preço dos combustíveis no início deste ano. A oscilação foi de R$17,90 para R$40,00, oque representa alta de 123,4%.

De acordo com o professor da UFRPE, Epaminondas Borges Filho, a pesquisa mostra que a seca não afeta só o campo, mas também a comercialização dos legumes e das verduras. “O produtor rural sofre com as mudanças climáticas e, com isso, alguns dos produtos que ele fornece para quem comercializa perde na qualidade ou na quantidade. É um processo que afeta a todos, inclusive o consumidor”, afirmou.  Os produtos que apresentaram menor alta foram o quiabo (12,1%) e a batata doce (2,7%). (Imagem: Hélida Carvalho)