Por Paulo Camelo*
As eleições de 2014 elevaram à superfície de forma brutal
a ausência de representatividade política da nossa querida, amada e explorada
Garanhuns. Cidades menores, como Arcoverde, Pesqueira, Serra Talhada, Floresta,
Afrânio, Sertânia, Itaíba, Canhotinho, etc, elegeram seus representantes para a
Assembleia Legislativa de Pernambuco, e para a Câmara Federal. Votos foram
depositados em demasia para políticos que não têm vínculo com a nossa cidade,
apesar de forçarem a natureza, além, é claro, de representarem os interesses da
burguesia.
Não é à toa que diversos políticos da legião estrangeira,
dos mais diferentes matizes, encontram em nosso Município um enorme campo,
fértil, para prosseguirem com os seus intentos de ocuparem e tomarem a nossa
cidade. Evidentemente com a “benção” de alguns que aqui residem.
A ausência de um líder burguês, a exemplo do empresário
falecido, Vavá Moraes, tem deixado órfãos os defensores do capital, ou seja, à
direita. Afinal, quando for concluído o primeiro, espero que último mandato do
prefeito Izaías Régis, completará 40 anos consecutivos que Garanhuns elegeu seu
último prefeito, natural de nossa Cidade, o conterrâneo Amílcar da Mota
Valença. Certamente que isso não ocorre nas cidades que mais crescem em
Pernambuco, ou seja, Caruaru e Petrolina.
Em conformidade com a premissa em tela, o mandato de
Amílcar, terminou em 1976 e de lá para cá tivemos não só Prefeitos, mas,
também, vice-prefeitos de outras cidades, a saber:
Prefeito, Ivo
Amaral, natural de Lajedo/PE, período de 1977 a 1982;
Prefeito, José
Inácio Rodrigues, natural de São Paulo/SP, período de 1983 a 1988;
Prefeito, Ivo
Amaral, natural de Lajedo/PE, período de 1989 a 1992;
Prefeito,
Bartolomeu Quidute, natural de Flores/PE, período de 1993 a 1996;
Prefeito, Silvino
Duarte, natural de Princesa Izabel/PB, períodos de 1997 a 2000 e de 2001 a
2004;
Prefeito, Luiz
Carlos, natural de Calçados/PE, períodos de 2005 a 2008 e de 2009 a 2012;
Prefeito, Izaías
Régis, natural de Terezinha/PE, período de 2013 a 2016.
Agora durma com essa bronca e por que não dizer, com essa
bobice dos nossos conterrâneos.
Passado as eleições de 2014, a vida volta ao normal e,
além da luta diária pela sobrevivência, continua a luta para
superarmos os problemas que afligem a vida dos mais pobres,
especialmente daqueles que residem na periferia da cidade e no
campo.
Os indicadores socioeconômicos de nossa cidade, não são
nada animadores: poucas indústrias, desemprego, falta de perspectiva para a
juventude, lojas fechadas, insegurança, violência, trânsito caótico, escassez
de política pública, saúde precária, remessa de lucros para outros centros de
negócio, FAMEG sem funcionar, municipalização da educação, ausência de lazer,
aluguéis altos e valores exorbitantes dos imóveis à venda, além da problemática
nacional com a alta dos preços, e a inflação, que corrói os salários dos
trabalhadores.
Some-se a tudo isso, a ausência de política para a enorme
população flutuante, as agressões ao meio-ambiente e de termos que ouvir as
bravatas do Prefeito Izaías Régis e de assistirmos a ousadia da legião
estrangeira, procurando intervir na escolha do Presidente da Câmara dos Vereadores
de Garanhuns.
O governo Izaías, e a oposição conservadora do vereador
Sivaldo Albino, apesar de se engalfinharem na disputa eleitoral, defendem as
mesmas políticas: a política dominadora da legião estrangeira. Afinal, o Prefeito
Izaías, apresentou o seu afilhado e candidato a deputado federal, Jorge Corte
Real, e o vereador Sivaldo, apresentou o seu neófito correligionário, o
candidato a deputado federal, Fernando Monteiro.
Não será possível mudar o Garanhuns, assegurando vida
digna para os nossos conterrâneos, enquanto estivermos atrelados aos políticos
da Legião Estrangeira. Por que o trabalho ora desenvolvido pela legião
estrangeira, consiste em dominar os nossos conterrâneos e manter a nossa cidade
sem representação política a altura da sua própria história.
Quem não conhece Garanhuns, certamente não se lembra de
Souto Filho, Amílcar, Cristina Tavares, Elpídio Branco, Coronel Figueira,
Abdias Branco, Aluíso Souto Pinto, Humberto de Moraes, Otoniel Gueiros e tantos
outros. Além do ex-presidente Lula, e do senador do PSOL do Amapá, Randolphe
Rodrigues. Mas, como diz o radialista da Marano, Marcos Cardoso, só lembrança.
Igualmente esquecidos, são aqueles que produzem as nossas
riquezas, ou seja, os trabalhadores do campo e da cidade.
As mudanças que precisamos, ora exigidas pelos nossos
conterrâneos, não acontecerão pela via de disputa interna na Câmara dos
Vereadores, e nem tão pouco pelo governo das elites e da Legião Estrangeira,
sob o comando do prefeito Izaías Régis, ou de alguns políticos e parlamentares
oriundos de outras cidades, mas pela ação direta dos nossos conterrâneos, os
quais devem, em primeiro lugar, vestir a camisa da nossa cidade, culminado com
o incremento da autoestima do nosso povo que aqui reside. Evidentemente que é
apenas o primeiro passo rumo a nossa libertação, uma vez que a organização
política dos nossos conterrâneos é essencial na luta pelas mudanças ora
necessárias.
Gestões da legião estrangeira, a qual domina os
principais setores da Prefeitura e da política, sempre foram ações que nunca
tiveram compromisso com o povo. Os governos dos ex-prefeitos Silvino Duarte,
natural de Princesa Izabel/PB, e Luiz Carlos, natural de Calçados/PE, adotaram
o mesmo caminho, virando as costas para os nossos conterrâneos, perdendo empreendimentos
de porte durante o período de seus governos municipais, 2 e 6 anos
respectivamente, cujo governo federal era administrado
pelo ex-presidente Lula. A situação é tão crítica que os políticos da cidade,
mesmo sendo representantes da burguesia, não têm, de há muito tempo, o mínimo
acesso ao governo do Estado de Pernambuco, seja o ex-governador Eduardo Campos,
o atual governador João Lyra Neto e agora o governador eleito Paulo Câmara.
Precisamos de um governo municipal dos trabalhadores, dos
nossos conterrâneos, que rompa com a legião estrangeira e com seus
representantes residentes em Garanhuns. Um governo que seja apoiado pelos
Garanhuenses autênticos. Não precisamos importar representação política, apesar
de Garanhuns ser uma cidade cosmopolita.
Só assim será possível atender às demandas da população e
garantir, enfim, um Garanhuns justo. É a serviço dessa estratégia que estarão
às ações do PSOL: Um partido necessário.
Tenho dito.