Essa é destaque no Jornal do Commercio de hoje, 20/11/2014:
“Tendo em vista os altos
percentuais de comprometimento da receita com despesa de pessoal, alguns
prefeitos pernambucanos estão realizando demissões em massa para se adequar à
Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Para ficar abaixo dos 54%, eles estão
chegando a exonerar servidores efetivos visando apresentar melhora no fim do
terceiro quadrimestre de 2014.
As demissões começaram na
segunda metade de 2014, já que o segundo quadrimestre é apresentado ao Tribunal
de Contas do Estado (TCE) em agosto. Noventa municípios receberam sinalização
negativa do TCE em relação ao comprometimento com o quadro funcional. A LRF
orienta os gestores a demitir primeiro os cargos comissionados, depois os
contratados e, por fim, os servidores não-estáveis.
Um caso emblemático desta
situação é Moreno, no Grande Recife, que compromete 69% da receita com despesa
de pessoal. De agosto até novembro, o prefeito Adílson Gomes Filho (PSB)
reduziu a folha de pagamento de R$ 4,2 milhões para R$ 3,2 milhões. Para isso,
ele cortou 25% dos comissionados, 34% dos contratados e, neste mês, baixou uma
portaria exonerando os servidores efetivos não estáveis, que estão em estágio probatório.
"Em novembro, já estaremos dentro da meta, mas para o quadrimestre ainda
não resolve. Esperamos, em janeiro, ficar dentro da meta dos 54%",
afirmou.
O município que registrou o
maior comprometimento da receita com despesa de pessoal foi Cupira, no Agreste:
77,95%. O secretário de governo, José Edvan, informou que o prefeito Sandoval
de Luna (PDT) passou os últimos 30 dias avaliando uma solução. O secretário
afirmou que já foram demitidos mais de 150 servidores.
FOLHA - O prefeito de Igarassu, Mário Ricardo (PTB), também
sinalizou com a demissão de comissionados e contratados para enquadramento. Com
a fusão de secretarias, o petebista espera reduzir em 15% a folha salarial, o
que representa uma economia de R$ 14,3 milhões por ano. O prefeito não soube quantificar
o número de vagas que seriam cortadas do quadro.
Na cidade vizinha de
Itapissuma, onde o percentual chega a 61%, o prefeito Cal Volia (PSDB) chegou a
demitir 160 pessoas com salários entre R$ 750 e R$ 1,2 mil. O tucano, no
entanto, disse que seus secretários foram orientados a recontratar cerca de 60
pessoas para áreas essenciais. A folha anual de Itapissuma é de R$ 34,9 milhões
por ano”. (Ulysses Gadêlha - Jornal do
Commercio – Edição de 20/11/2014)
É MUITO CHORO E
REZA - “Um fim de ano difícil para um expressivo número de cidades pernambucanas.
Nas últimas semanas, várias prefeituras promoveram demissões em massa, pois
estão com a folha de pagamento acima do limite máximo permitido pela Lei de
Responsabilidade Fiscal.
De acordo com levantamento feito
pelo repórter Ulysses Gadelha, 90 das 184 prefeituras do Estado estão
incorrendo nessa irregularidade. Para se adequar, a demissão é a única saída.
Em alguns casos até servidores concursados são desligados. Para a LRF, essa é
uma medida extrema. Para sanear as contas, porém, às vezes necessária.
O que está por trás desse
fenômeno que pode impactar duramente a economia das cidades afetadas? Isso
porque a prefeitura ainda é a principal fonte empregadora de municípios de
médio e pequeno portes. É muito simples. Ao longo dos anos, os gestores foram
contratando muito mais ao sabor dos projetos políticos e pessoais do que pela
necessidade real do bom funcionamento da máquina pública. Para garantir a
vitória de seu grupo político ou de candidatos que apoiavam, abrigavam os cabos
eleitorais.
Esse quadro delicado não surgiu da noite para o dia. Até para os gestores mais novos, ele se delineava desde o ano passado. Os relatórios de gestão, protocolados nos órgãos de controle, já sinalizavam. Deixaram para demitir agora porque a medida é impopular e não deveria ser tomada antes ou durante a campanha eleitoral. É muito choro e reza”. (Sheila Borges – Coluna PINGA-FOGO - Jornal do Commercio – Edição de 20/11/2014)
Esse quadro delicado não surgiu da noite para o dia. Até para os gestores mais novos, ele se delineava desde o ano passado. Os relatórios de gestão, protocolados nos órgãos de controle, já sinalizavam. Deixaram para demitir agora porque a medida é impopular e não deveria ser tomada antes ou durante a campanha eleitoral. É muito choro e reza”. (Sheila Borges – Coluna PINGA-FOGO - Jornal do Commercio – Edição de 20/11/2014)