Essa é destaque no Jornal do Commercio:
“O anúncio de alguns dos novos
ministros do governo Dilma Rousseff (PT) estava previsto para ontem, terminou
não acontecendo, mas alguns nomes dos primeiros escolhidos para ajudá-la a
gerir o Brasil já são dados como certos. Entre eles está o do senador
pernambucano Armando Monteiro (PTB).
O petebista se reuniu com a
presidente na manhã de ontem no Palácio da Alvorada e é apontado como novo
titular do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior,
considerado o braço produtivo da equipe econômica do governo. Além dele, são
especulados como novos ministros Joaquim Levy (Fazenda), Nelson Barbosa
(Planejamento) e a senadora peemedebista de Tocantins Kátia Abreu
(Agricultura).
Embora tenha se mostrado
honrado com o convite, Armando não quis falar como ministro de Dilma. "Se
alguém é chamado pela presidente e vai ao Palácio numa hora dessas, passa a
estar cotado. Mas gente só é ministro quando o Palácio oficializa e anuncia.
Não posso dizer que sou ministro. A única coisa que posso dizer é que estive
com a presidente a convite dela", desconversou.
A avaliação é de que Armando
Monteiro foi chamado para diminuir a desconfiança do setor produtivo com o
governo. Ex-presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI) de 2002 a
2010, o pernambucano conseguiu fazer o seu sucessor na entidade e tem bom
trânsito com os empresários e a indústria. "O nosso governo precisava
fazer alguns ajustes e a escolha de Armando, caso se confirme, mostra que não
vamos simplesmente nos render ao mercado financeiro", avaliou o senador
Humberto Costa (PT).
O Ministério chega às mãos de
Armando Monteiro pouco tempo depois dele perder a disputa pelo governo estadual
para Paulo Câmara (PSB). Além da capacidade técnica, a escolha do petebista se
deve à fidelidade que ele teve com Dilma mesmo quando o PTB decidiu apoiar a
candidatura do senador Aécio Neves (PSDB-MG) à Presidência da República.
"É um sinal que Dilma vai ter um olhar para Pernambuco. O Estado e o
Nordeste têm muito a ganhar. É uma manifestação de prestígio", destacou
Humberto.
Ontem também surgiram
especulações de que o deputado federal Fernando Ferro (PT), que não conseguiu
se reeleger este ano, seria chamado para o Ministério do Meio Ambiente. A
informação foi desmentida por Humberto Costa. "Neste momento, a presidente
Dilma Rousseff está cuidando da equipe econômica e da parte política. Outros
ministérios serão vistos mais para frente", disse”. (Franco Benites – Jornal do Commercio – 22/11/2014)
ARMANDO SERÁ A PONTE – “Ao escolher o senador Armando Monteiro para
ser ministro do Desenvolvimento, a presidente Dilma Rousseff sinaliza,
inicialmente, para o setor empresarial, uma vez que ele tem forte vínculo com a
categoria. Foi, inclusive, presidente da Confederação Nacional das Indústrias e
elegeu o sucessor.
Dilma também acena para o PTB
nacional, mesmo que Armando não tenha uma relação próxima com a cúpula. A sua
escolha, no entanto, favorece uma reaproximação do PTB com a base do governo.
Na campanha, a sigla estava no palanque de Aécio Neves.
O fato de Armando
integrar o primeiro escalão do governo federal também tem forte repercussão no
cenário político de Pernambuco, até porque se comenta que foi uma escolha
pessoal de Dilma, que contou com o aval do ex-presidente Lula. Armando se
fortalece, após ter sofrido uma derrota acachapante para o PSB na
disputa pelo governo estadual. Agora, ganha cacife para ser a ponte entre o
governo federal e o Estado, ainda mais porque o BNDES, um dos principais
investidores de projetos públicos, está ligado ao seu ministério. Nos dois
governos de Lula, Eduardo Campos era o interlocutor. Continuou assim em parte
da primeira gestão de Dilma até ele romper com o PT.
O lugar de Eduardo deve ser
ocupado por Armando. O PT local pode ficar a reboque”. (Sheila Borges – COLUNA PINGA-FOGO – Jornal do Commercio – 22/11/2014)