Após cerca de 12 horas, acabou a primeira audiência de instrução e
julgamento do trio conhecido como Canibais de Garanhuns. Ao todo, foram ouvidos
17 testemunhas e os três acusados. A sessão começou às 9h45min, no Fórum de
Garanhuns.
Os advogados de defesa apresentaram os requerimentos e a juíza
Pollyianna Maria Barbosa, da 1ª Vara Criminal de Garanhuns definirá se serão
aceitos até a próxima terça-feira, para, então, marcar a próxima audiência.
Jorge Beltrão Negromonte da Silveira, Isabel Cristina Pires da Silveira e Bruna
Cristina de Oliveira da Silva são acusados de matar Alexandra Falcão da Silva e
Giselly Helena da Silva.
O Ministério Público arrolou 26 testemunhas, mas apenas 17 foram
localizadas. A defesa não apresentou nenhuma testemunha. Depois das ouvidas, a
promotoria ainda poderá aceitar o depoimento de outras duas testemunhas através
de precatória, porque as pessoas estão em outra Cidade. Durante uma segunda
audiência, com data ainda não divulgada, os advogados deverão apresentar as
alegações finais e o processo seguirá concluso para que a juíza decida se os
acusados serão ou não submetidos a julgamento popular através do Tribunal do
Júri. O promotor que acompanhará a audiência será o Jorge Gonçalves Dantas
Júnior.
RELEMBRE O CASO - Em covas rasas cavadas no terreiro de uma
típica construção de porta e janela comum no interior, policiais da delegacia
de Garanhuns, fizeram uma descoberta que, ao mesmo tempo, punha fim à angústia
de duas famílias da cidade e dava início a uma história chocante até para quem
lida diariamente com crimes e mortes. Na tarde do dia 11 de abril de 2012, após
investigações que revelaram o envolvimento de Jorge Beltrão Negromonte da
Silveira, 51, Isabel Cristina Pires da Silveira, 51, e Bruna Cristina de
Oliveira da Silva, 22, no desaparecimento de duas jovens moradoras da cidade,
os corpos de Giselly Helena e Alexandra Falcão foram localizados.
A forma como os restos mortais foram encontrados já dava aos peritos as
primeiras pistas da complexidade dos crimes. Os corpos das mulheres foram
esquartejados e partes dos músculos retirados. Mal sabiam os policiais, mas a
prisão dos três moradores da casa, que formavam um triângulo amoroso, era o
primeiro passo para a revelação de detalhes de uma série de crimes que podem
ter feito pelo menos oito vítimas em território pernambucano e paraibano -
todas mulheres jovens.
SEITA DIABÓLICA - Em
novembro do ano passado, após mais de vinte horas de julgamento, o trio foi
condenado também pela morte, esquartejamento, ocultação de cadáver e prática de
canibalismo contra a adolescente Jéssica Camila, de 17 anos. O crime
aconteceu em 2008, em Olinda, e os envolvidos alegaram participar de uma seita
denominada "Cartel". Para eles, a morte brutal da vítima era uma
forma de purificação. Condenados no último ano, Jorge Beltrão cumpre pena no
Presídio Desembargador Augusto Duque, em Pesqueira, e as mulheres estão na Colônia
Penal Feminina de Buíque. (Com informações do Diário de Pernambuco e imagens de www.agresteviolento.com.br)