O 13º salário foi instituído
por Lei no Brasil em 1962, mas por causa da crise econômica e da queda de
arrecadação, a grande maioria dos Gestores dos Municípios do Agreste Meridional
já admitem que terão dificuldades em arcar com a folha extra dos seus
servidores neste final de ano. A sinalização é que o cenário é similar no
restante do Estado, sobretudo em cidades menores, que dependem mais dos
recursos federais e ainda enfrentam o impacto da seca. A falta de planejamento
nas ações, aliada queda na arrecadação a partir do FPM e a inconstância dos
repasses federais para programas das prefeituras são os principais motivos para
o Aperto.
Em reserva, alguns Prefeitos assumem
que só terão dinheiro em caixa para pagar o 13º dos servidores efetivos do Município,
que, em algumas cidades, já receberam metade do abono. "Vamos ter que
escolher: ou pagamos o salário ou o 13º! Não dá para pagar os dois!",
lamenta um Prefeito Agrestino. A crise nos Municípios e tamanha, que em algumas
Cidades, até mesmo os salários estão sendo atrasados. Prefeitos já autorizaram
uma série de cortes, inclusive nos vencimentos dos Gestores e Secretários.
Demissões também estão sendo registradas em várias Cidades.
Quadro publicado originalmente no JC, de 18/10/2015. |
"A esmagadora maioria dos
municípios pernambucanos está com dificuldade para pagar o 13º. Escuto
reclamação toda hora dos colegas Prefeitos. Quem pôde adiantar metade do
pagamento até o meio do ano ainda está numa situação melhor", afirma o presidente
da Associação Municipalista de Pernambuco (AMUPE), o prefeito José Patriota
(PSB), de Afogados da Ingazeira. Para ter a noção exata do problema, a AMUPE começou
a realizar um levantamento com todos os 180 municípios pernambucanos para medir
a dificuldade com o pagamento do abono natalino. A expectativa é que o balanço
seja concluído já nesta semana e apresentado na próxima quinta-feira, dia 22, durante
o Congresso dos Municípios do Nordeste, que ocorre no Recife.
Levantamento publicado no Jornal
do Commercio deste domingo, dia 18, revela que além dos municípios da Região Metropolitana
do Recife, apenas Petrolina, Caruaru e Garanhuns garantiram que pagarão o
abono. Aqui em Garanhuns, segundo dados do JC, a Prefeitura possui 3.400
funcionários e investe R$ 6,8 milhões de reais com a Folha de Pagamento. Em
recente contato com o Blog do Carlos Eugênio, o Prefeito Izaías Régis (PTB)
garantiu que pagará o 13º e o salário de Dezembro juntos, o que deve alavancar
a movimentação econômica na Cidade no período natalino.
CRISE E PROMESSA – Além de adotar medidas para atravessar a crise,
alguns Prefeitos estão buscando na fé a solução dos problemas financeiros nos
seus Municípios. O Prefeito de Iati, Padre Jorge (PTB), percorre, a pé, desde o
último dia 9, os cerca de 500Km que separam Iati e Juazeiro do Norte-CE, a
Terra do Padre Cícero, para pagar uma promessa e tentar afastar a crise instalada na Prefeitura que administra.
“Fiz uma promessa ainda
durante a campanha de 2012 e chegou a hora de cumprir esse compromisso. Vou
aproveitar essa penitência para pedir a Deus, ao Padre Cícero, a Nossa Senhora
das Dores e a todos os Santos que nos abençoe, e nos ajude a passar essa grave crise
financeira que assola o nosso Município”, pontuou o Padre Jorge, que completa a
sua peregrinação ainda neste domingo, dia 18, com chegada prevista no Horto do
Padre Cícero por volta do meio-dia. (Reportagem:
www.blogdocarloseugenio.com.br
- Com informações do JC de 18/10/2015)