quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Parentes de Jovens Assassinados por Causa do Nome buscam Justiça

Dois 'Damião' foram mortos em lugar de outro Damião, em Iati. 'Morreram inocentes', diz viúva de uma das vítimas do duplo homicídio.


Familiares ainda buscam justiça pelo assassinato dois borracheiros de nome Damião, no município de Iati, confundidos com outro suposto alvo também chamado Damião. Desde o crime, ocorrido no dia 28 de maio, a investigação policial segue sem conclusão e ninguém foi preso. "Já vai fazer quatro meses e nada é feito. Ninguém sabe o porquê. O que a gente sabe é que morreram inocentes”, afirma a agricultora Josileide Miranda Bastos, viúva do borracheiro Damião Virgínio.

O depoimento foi exibido no ABTV 1ª Edição no último dia 2 de outubro, na reportagem da série "As Sombras do Crime". De acordo com a Polícia Civil, Damião Virgínio e Damião Oliveira trabalhavam juntos em uma borracharia no povoado Santa Rosa, distante cerca de 35Km da sede de Iati, quando algumas pessoas se aproximaram em um carro e efetuaram os disparos.

 

Ainda segundo a Polícia, testemunhas informaram que os criminosos estariam procurando por outro homem que tinha o mesmo nome. O delegado titular do município de Iati, Elsimar Fraga, informou que as investigações do caso estão ocorrendo em parceria com a Polícia do estado de Alagoas. "A questão é que os homicídios foram cometidos por criminosos de Alagoas. O Damião que eles estavam procurando comercializava carros roubados e acabou vendendo para as pessoas erradas", destacou.

A Polícia apura uma possível rede de compra e venda de carros roubados entre Pernambuco e Alagoas. "As investigações ainda continuam. Tentamos entrar em contato com os familiares do Damião que vendia os carros, mas tanto ele como os parentes não foram encontrados. O que queremos descobrir primeiro é onde os criminosos de Alagoas agem, para saber mais detalhes do crime", completou o Delegado.

A agricultora Josileide conta que a localização do terceiro Damião é desconhecida. "Quando os meninos estavam no chão, e já tinham socorrido o meu, ele [o suposto alvo] passou lá correndo e falou: ‘era pra mim’".

Outra agricultora também ficou marcada pela tragédia. Daniele Silveira Holanda é irmã de Damião Oliveira, o outro atingido pelos disparos. “Eles só levantaram para dizer que se chamavam 'Damião' porque eles não deviam. Tanto o meu irmão quanto o da minha cunhada, o marido, só viviam de casa para o trabalho e do trabalho para casa. Chocou né? É para traumatizar qualquer cristão”, ressalta Daniele. (Com informações e imagens do G1 Caruaru e TV Asa Branca. Para saber mais clique AQUI).