“A expectativa entre os membros
da Frente Popular de Pernambuco começa a aumentar. Os aliados do governador
Paulo Câmara (PSB) estão no aguardo para o começo da montagem da equipe que
formará o secretariado do próximo governo. Ainda é mistério para os governistas
o formato da gestão. Paulo deve iniciar as conversas com partidos aliados e com
técnicos de sua confiança nos próximos dias.
Apesar de não haver nenhuma
definição sobre o secretariado, alguns nomes já são dados como certos na
composição da equipe. Aqueles que estiveram mais próximos durante a campanha e
pessoas que já têm uma relação antiga com Paulo Câmara estão na bolsa de
apostas para formar o grupo dos "homens de confiança" do governador
eleito.
Ex-adjunto de Paulo Câmara na
Secretaria da Fazenda, o advogado José Neto é tido como nome certo. Zé Neto
atualmente está ocupando a Secretaria de Administração (SAD), mas durante a
campanha ele chegou a assumir a equipe de coordenação de Paulo Câmara. Zé Neto
foi secretário-executivo de Paulo durante a gestão do socialista à frente da
Secretaria da Fazenda e também o acompanhou na SAD no primeiro mandato de
Eduardo.
Quem também está na bolsa de
apostas é advogado Renato Thiebaut, ex-chefe de gabinete do governo Eduardo
Campos. Thiebaut foi um dos coordenadores da campanha e atualmente está na
equipe de transição do governador eleito. A participação nesse processo pode
lhe dar respaldo para assumir um cargo estratégico durante a gestão.
A participação do jornalista
Ennio Benning também já é vista como certa. Ex-assessor do senador Jarbas
Vasconcelos (PMDB), Ennio passou a integrar a equipe de Paulo em agosto. O
acerto inicial era de que Ennio iria participar apenas do processo eleitoral e
depois retornar à função na assessoria de Jarbas. Porém, um mês após o
resultado do pleito, o jornalista continua na equipe. E muito prestigiado.
Entre os nomes políticos,
Paulo terá como braço direito o seu vice-governador, Raul Henry (PMDB). Durante
o período da campanha, os dois demonstraram afinidade. Com mais experiência
política que o governador eleito, a atuação de Raul será fundamental no auxílio
a Paulo Câmara. O peemedebista, no entanto, não deve assumir nenhuma pasta no
governo. Outro nome estratégico para Paulo Câmara é o secretário municipal de Governo,
Sileno Guedes. A sua participação como articulador político na gestão é tida
como certa. Porém, para participar da equipe, o dirigente teria que deixar o
cargo na Prefeitura do Recife.
GOVERNADOR QUER EVITAR POLÊMICAS - Paulo Câmara procura evitar as
críticas por ter parentes no governo, como ocorreu com Eduardo Campos. Quadros
da atual administração podem não permanecer O governador eleito Paulo Câmara
(PSB) já definiu uma diretriz para a escolha do seu secretariado. O socialista
quer evitar nomeações polêmicas que possam prejudicar a sua imagem no início da
gestão. A economista Cecília Wanderley, que foi responsável pela elaboração do
programa de governo do socialista, não está cotada para assumir nenhum cargo
relevante, apesar de ser vista uma técnica de qualidade.
Paulo já admitiu a aliados que
o fato de Cecília ser sua cunhada vai impossibilitar a participação dela no
primeiro escalão. A economista é casada com o irmão de Paulo, Fernando Câmara,
e também está auxiliando no processo de transição. Auxiliares do governador
eleito acreditam que ela não terá nenhuma função na gestão. Cecília integra os
quadros do Tribunal de Contas do Estado. Na gestão do ex-governador Eduardo
Campos, muitas críticas
foram feitas porque o
socialista tinha como secretários pessoas próxima, como o próprio Paulo Câmara,
que é casado com uma prima de Eduardo.
Ainda não se sabe o futuro que
pessoas que trabalharam na gestão de Eduardo Campos terão no governo de Paulo
Câmara. Apesar de ter feito parte da coordenação de campanha, o ex-secretário
Antônio Figueira não é apontado como um nome forte para ingressar na
administração estadual. Figueira foi secretário de Saúde e deixou a gestão em
abril. Membros da Frente Popular acreditam que ele pode querer se dedicar aos
negócios pessoais.
Outro que é tratado como
incerto é Fred Amâncio, secretário estadual de Planejamento e Gestão. Fred se
engajou na campanha e participou de vários atos de rua durante o processo
eleitoral. No entanto, os aliados de Paulo ainda não sabem qual a cara que ele
pretende dar ao seu governo e preferem não arricar este palpite. O mesmo
acontece com o procurador-geral do Estado, Thiago Norões. Ele tirou férias de
um mês para participar da campanha de Paulo Câmara na reta final, mas sua
função na futura gestão ainda é uma incógnita.
MIGRAÇÃO - Durante o processo de escolha, Paulo ainda terá que
acertar com o prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB), os nomes que deverão
sair de uma gestão para a outra. Alguns nomes já foram ventilados, como o do
secretário municipal de Planejamento e Gestão, Alexandre Rebêlo, que também
trabalhou na gestão de Eduardo Campos. Além disso, ainda é preciso acertar a
situação de Sileno Guedes, que é secretário de Governo da PCR”. (Jumariana Oliveira – Jornal do Commercio –
Edição de 09/11/2014)