domingo, 20 de dezembro de 2015

Fim do Garanhuns Garanhuns Jazz Festival repercute na Imprensa da Capital


Os Jornais Diario de Pernambuco e Jornal do Commercio deram amplo destaque a desistência por parte da Prefeitura de Garanhuns em realizar o Garanhuns Jazz Festival. Através dos Cadernos Viver e Caderno C, respectivamente, os impressos recifenses repercutiram a decisão anunciada pelo Governo de Garanhuns na última sexta-feira, dia 18. Confira:

DIARIO DE PERNAMBUCO –GARANHUNS GARANHUNS JAZZ FESTIVAL DE 2016 É CANCELADO PELA PREFEITURA E REVOLTA ENTUSIASTAS.

Considerado principal evento alternativo à programação tradicional do carnaval pernambucano, o Garanhuns Jazz Festival, realizado há oito anos no Agreste do estado, não vai ocorrer em 2016. A informação foi divulgada na manhã desta sexta-feira (18), em coletiva de imprensa promovida pela Prefeitura de Garanhuns, que anunciou o calendário de eventos do próximo ano. 

Por falta de verba, segundo informações da Secretaria de Comunicação do município, um dos quatro principais eventos - Festival Viva Dominguinhos, Festival de Inverno de Garanhuns, Natal Luz e Garanhuns Jazz Festival - precisaria ser removido do cronograma. De acordo com a pasta, pesquisas da secretaria de Turismo indicaram que o Garanhuns Jazz Festival seria o de maior custo e menor retorno econômico. O Evento pode ser retomado no calendário 2017, em novo formato, com menor aporte financeiro da Prefeitura. 

"Com a crise econômica que todos os Municípios estão passando, nós tínhamos que abrir mão de um dos grandes eventos que realizamos. E o resultado do levantamento nos trouxe os dados de que o Jazz era o que tinha o maior custo/benefício. Ele foi suspenso, mas deve ser retomado em 2017”, declarou a secretária de Turismo, Gerlane Melo. Segundo ela, os custos dos quatro eventos de maior porte da cidade foram levantados e analisados,  levando em conta o retorno de cada um deles - ocupação hoteleira, movimentação turística e presença de artistas locais foram os principais critérios. Em 2015, a Prefeitura destinou R$ 484 mil para o Viva Dominguinhos, R$ 553 mil para o Garanhuns Jazz Festival, R$ 1 milhão para o Natal Luz e R$ 1,2 milhão para o Festival de Inverno de Garanhuns, de acordo com a Secretaria. “Não se trata somente dos valores, mas dos benefícios que cada evento traz à cidade, em relação a turismo, valorização de artistas locais, por exemplo. Não temos a intenção de diminuir a importância de nenhum deles. Mas, em momento de crise, foi preciso escolher”, disse Gerlane.

Segundo o organizador do Festival, Giovanni Papaleo, a Prefeitura havia anunciado, há alguns meses, uma redução de aproximadamente 70% no valor destinado à programação. "Com orçamento reduzido para cerca de R$ 200 mil, aceitamos organizar o Garanhuns Jazz Festival em menores proporções. Alguns artistas, como Jards Macalé e Milton Nascimento, já estavam confirmados, ainda sem contrato assinado. Há cerca de 20 dias, a Prefeitura nos orientou a suspender as negociações", declarou Papaléo ao Viver.

Em comunicado oficial, a Prefeitura informa: "A definição da grade de festividades de grande porte foi embasada numa pesquisa, que avaliou o desempenho de cada evento, levando em consideração os investimentos, o público, a geração de renda e a participação de artistas locais. Estão confirmados para o próximo ano a terceira edição do Viva Dominguinhos – com data prevista para acontecer de 21 a 23 de abril; o Festival de Inverno (FIG) – previsto para ser realizado, em parceria com o Governo do Estado, em julho e o Natal Luz – sendo de 18 de novembro a 31 de dezembro.

O FESTIVAL - O Garanhuns Jazz Festival ocorre na semana de carnaval e já recebeu artistas como Ed Motta, Mud Morganfield, Edu Ardanuy e George Israel. "Na primeira edição, realizamos o evento com cerca de R$ 80 mil e atingimos a marca de 90% de ocupação da rede hoteleira. Nos últimos três anos, houve aproximadamente 100% de ocupação dos hotéis", conta Papaléo. Em 2010, o Festival ganhou o Prêmio Mestre Salustiano de reconhecimento pelo incentivo ao turismo na região, concedido pelo Governo do Estado. O Evento é um dos três mais importantes festivais do gênero no Brasil.

Inconformados com o cancelamento, entusiastas do Garanhuns Jazz criaram uma página no Facebook com o objetivo de protestar contra a decisão e arregimentar esforços em torno de um novo lugar para as apresentações de 2016. A página "Queremos o Garanhuns Jazz Festival" já conquistou apoio de quase 9 mil internautas em poucos dias”. (Com informações do Caderno Viver, do Diario de Pernambuco)

JORNAL DO COMMERCIO - GARANHUNS SEM FESTIVAL NO CARNAVAL - RETROCESSO Prefeitura alega falta de recursos para cancelar a nona edição do evento, já consolidado, mas mantém outros mais caros.

“A Prefeitura de Garanhuns ameaçou e o que era boato virou verdade: o Garanhuns Jazz Festival está fora do calendário de 2016 e sua nona edição não vai ocorrer no próximo Carnaval. A decisão deixa sem opção o público pernambucano e de Estados vizinhos que tinham no evento uma rara oportunidade de relaxar e se divertir com boa música nos quatro dias de Momo, fora dos focos de folia.

"A decisão foi tomada de maneira coletiva por outras Secretarias envolvidas no planejamento. A gente teve a sensibilidade da importância do evento, porém com a crise econômica que todos os municípios estão passando, nós tínhamos que abrir mão de um dos grandes eventos que realizamos. E o resultado do levantamento nos trouxe os dados de que o jazz era o que tinha o maior custo/benefício. Ele foi suspenso, mas deve ser retomado em 2017", declarou a secretária de Turismo, Gerlane Melo.

O Prefeito Izaías Régis, no entanto, manteve os eventos que custam mais caro para a cidade e que tem mais apelo popular, num ano de eleição municipal ­ Festival Viva Dominguinhos (21 a 23/4), Festival de Inverno de Garanhuns (3ª semana de julho), Natal Luz (18/11 a 31/12).

A Prefeitura alega que o evento era caro para o retorno que dava à cidade. "A produção do Garanhuns Jazz Festival contesta esta informação. A taxa de ocupação hoteleira no ano passado foi de 100%. Veio numa crescente nos últimos anos. O festival também oferecia oficinas gratuitas, tinha atrações locais, estimulava a formação de grupos musicais ee a tenda onde era realizada ficava lotada", disse o produtor Giovanni Papaléo, idealizador, curador e diretor artístico do Garanhuns Jazz Festival.

Segundo Gerlane Melo, a prefeitura destinou R$ 484 mil para o Viva Dominguinhos, R$ 553 mil para o Garanhuns Jazz Festival, R$ 1 milhão para o Natal Luz e R$ 1,2 milhão para o Festival de Inverno de Garanhuns. Chega ser contraditório a Prefeitura cancelar um festival de quatro dias de música, quando neste ano pagou cachês de R$ 230 mil para a banda Capital Inicial e R$ 150 mil para Ana Carolina.

FESTIVAL PROJETOU GARANHUNS - Foi durante a gestão atual que o Garanhuns Jazz Festival, que estava consolidado, ganhou a atual proporção, com o orçamento crescendo mais de 100%, ultrapassando os R$ 500 mil, a maior parte do dinheiro pago em despesa em infraestrutura. "Estávamos disposto a volta a fazer um festival num formato menor, orçado R$ 200 mil, proposto pela prefeitura, como fazíamos nos primeiros anos. Se fosse o caso, não haveria atrações vindas dos Estados Unidos, por causa da alta do dólar", argumenta Papaléo.

Nos últimos anos, a contratação de grandes nomes da música brasileira e internacional aumentou o prestígio e a projeção do Garanhuns Jazz Festival. Nomes como Ivan Lins, Wagner Tiso, Azymuth, Billy Cobham, Kiko Loureiro, Andreas Kisser, Nasi (do Ira!) e George Israel, Mud Morganfield, Magic Slim, Jimmy Burns, Celso Blues Boy, Jefferson Gonçalves, por exemplo, serviram para reforçar a importância do evento no cenário do jazz, do blues e da MPB. Ao mesmo tempo, com o aumento do orçamento por decisão do prefeito Izaías Régis, a vinda desses artistas veio atender um desejo de tornar o evento de maior apelo junto ao morador da cidade, uma vez que o público "forasteiro" já estava conquistado.

"Do ponto de vista artístico e econômico, cumprimos todas as exigências. Ao longo dos anos, a ocupação hoteleira da cidade cresceu e em 2014 chegou a 100%", comentou o produtor Giovanni Papaléo, que realiza o festival em parceria com a Mono Produções, que realiza a produção executiva, com a Prefeitura, que patrocinava e atendia pela infraestrutura.

O Festival foi criado durante a gestão do prefeito Luiz Carlos para incentivar a cultura, o turismo e o comércio da cidade numa época em que os moradores habitualmente deixam Garanhuns para passar o Carnaval no Recife e Olinda ou nas praias do litoral de Pernambuco e Alagoas. O grupo Queremos Garanhuns Jazz Festival foi criado no Facebook quando o cancelamento era ainda uma ameaça. Em menos de uma semana, mais de 8.900 pessoas entraram no grupo e compartilharam centenas de mensagens de apoio. O cantor Tico Santa Cruz chegou a pública uma carta aberta ao prefeito, sendo seguido do saxofonista Derico Sciotti (do Programa do Jô).

NATAL LUZ - Desde o dia 20 novembro, a Prefeitura patrocina também o Natal Luz de Garanhuns, orçado em mais de R$ 1 milhão, com 130 atrações culturais, e criado no primeiro ano da gestão de Izaías Régis. O evento hoje tem como atração hoje o cantor romântico Aguinaldo Timóteo, que faz show comemorativo de meio século de carreira. "Fico muito feliz de poder estar em Pernambuco nesta época tão bonita que é a do Natal. Vou cantar com muita alegria e entusiasmo", diz o artista que, aos 79 anos, que se apresenta num palco armado em frente à prefeitura. No repertório do show, canções que fizeram sucesso na voz de Dalva de Oliveira, Ângela Maria, Waldick Soriano, Moacir Franco, Anísio Silva, Adilson Ramos e Reginaldo Rossi.

A programação tem ainda desfile de Papai Noel em carros alegóricos, teatro de fantoches e contação de histórias sobre a origem natalina”. (Com informações do Caderno C, do JC de 19/12/2015)