Os Jornais Diario de Pernambuco e Jornal do
Commercio deram amplo destaque a desistência por parte da Prefeitura de
Garanhuns em realizar o Garanhuns Jazz Festival. Através dos Cadernos Viver e
Caderno C, respectivamente, os impressos recifenses repercutiram a decisão
anunciada pelo Governo de Garanhuns na última sexta-feira, dia 18. Confira:
DIARIO DE PERNAMBUCO – “GARANHUNS GARANHUNS JAZZ FESTIVAL DE 2016 É CANCELADO PELA PREFEITURA E REVOLTA
ENTUSIASTAS.
Considerado principal evento
alternativo à programação tradicional do carnaval pernambucano, o Garanhuns
Jazz Festival, realizado há oito anos no Agreste do estado, não vai ocorrer em
2016. A informação foi divulgada na manhã desta sexta-feira (18), em coletiva
de imprensa promovida pela Prefeitura de Garanhuns, que anunciou o calendário
de eventos do próximo ano.
Por falta de verba, segundo
informações da Secretaria de Comunicação do município, um dos quatro principais
eventos - Festival Viva Dominguinhos, Festival de Inverno de Garanhuns, Natal
Luz e Garanhuns Jazz Festival - precisaria ser removido do cronograma. De
acordo com a pasta, pesquisas da secretaria de Turismo indicaram que o
Garanhuns Jazz Festival seria o de maior custo e menor retorno econômico. O Evento
pode ser retomado no calendário 2017, em novo formato, com menor aporte
financeiro da Prefeitura.
"Com a crise econômica
que todos os Municípios estão passando, nós tínhamos que abrir mão de um dos
grandes eventos que realizamos. E o resultado do levantamento nos trouxe os
dados de que o Jazz era o que tinha o maior custo/benefício. Ele foi suspenso,
mas deve ser retomado em 2017”, declarou a secretária de Turismo, Gerlane Melo.
Segundo ela, os custos dos quatro eventos de maior porte da cidade foram
levantados e analisados, levando em conta o retorno de cada um deles -
ocupação hoteleira, movimentação turística e presença de artistas locais foram
os principais critérios. Em 2015, a Prefeitura destinou R$ 484 mil para o Viva
Dominguinhos, R$ 553 mil para o Garanhuns Jazz Festival, R$ 1 milhão para o
Natal Luz e R$ 1,2 milhão para o Festival de Inverno de Garanhuns, de acordo
com a Secretaria. “Não se trata somente dos valores, mas dos benefícios que
cada evento traz à cidade, em relação a turismo, valorização de artistas
locais, por exemplo. Não temos a intenção de diminuir a importância de nenhum
deles. Mas, em momento de crise, foi preciso escolher”, disse Gerlane.
Segundo o organizador do Festival, Giovanni Papaleo, a Prefeitura havia
anunciado, há alguns meses, uma redução de aproximadamente 70% no valor
destinado à programação. "Com orçamento reduzido para cerca de R$ 200 mil,
aceitamos organizar o Garanhuns Jazz Festival em menores proporções. Alguns
artistas, como Jards Macalé e Milton Nascimento, já estavam confirmados, ainda
sem contrato assinado. Há cerca de 20 dias, a Prefeitura nos orientou a
suspender as negociações", declarou Papaléo ao Viver.
Em comunicado oficial, a Prefeitura
informa: "A definição da grade de festividades de grande porte foi
embasada numa pesquisa, que avaliou o desempenho de cada evento, levando em
consideração os investimentos, o público, a geração de renda e a participação
de artistas locais. Estão confirmados para o próximo ano a terceira edição do
Viva Dominguinhos – com data prevista para acontecer de 21 a 23 de abril; o
Festival de Inverno (FIG) – previsto para ser realizado, em parceria com o
Governo do Estado, em julho e o Natal Luz – sendo de 18 de novembro a 31 de
dezembro.
O FESTIVAL - O Garanhuns Jazz
Festival ocorre na semana de carnaval e já recebeu artistas como Ed Motta, Mud
Morganfield, Edu Ardanuy e George Israel. "Na primeira edição, realizamos
o evento com cerca de R$ 80 mil e atingimos a marca de 90% de ocupação da rede
hoteleira. Nos últimos três anos, houve aproximadamente 100% de ocupação dos
hotéis", conta Papaléo. Em 2010, o Festival ganhou o Prêmio Mestre
Salustiano de reconhecimento pelo incentivo ao turismo na região, concedido pelo
Governo do Estado. O Evento é um dos três mais importantes festivais do gênero
no Brasil.
Inconformados com o
cancelamento, entusiastas do Garanhuns Jazz criaram uma página no Facebook com
o objetivo de protestar contra a decisão e arregimentar esforços em torno de um
novo lugar para as apresentações de 2016. A página "Queremos o Garanhuns
Jazz Festival" já conquistou apoio de quase 9 mil internautas em poucos
dias”. (Com informações do Caderno
Viver, do Diario de Pernambuco)
JORNAL DO COMMERCIO - GARANHUNS SEM
FESTIVAL NO CARNAVAL - RETROCESSO Prefeitura alega falta de recursos para
cancelar a nona edição do evento, já consolidado, mas mantém outros mais caros.
“A Prefeitura de Garanhuns
ameaçou e o que era boato virou verdade: o Garanhuns Jazz Festival está fora do
calendário de 2016 e sua nona edição não vai ocorrer no próximo Carnaval. A
decisão deixa sem opção o público pernambucano e de Estados vizinhos que tinham
no evento uma rara oportunidade de relaxar e se divertir com boa música nos
quatro dias de Momo, fora dos focos de folia.
"A decisão foi tomada de
maneira coletiva por outras Secretarias envolvidas no planejamento. A gente
teve a sensibilidade da importância do evento, porém com a crise econômica que
todos os municípios estão passando, nós tínhamos que abrir mão de um dos
grandes eventos que realizamos. E o resultado do levantamento nos trouxe os
dados de que o jazz era o que tinha o maior custo/benefício. Ele foi suspenso,
mas deve ser retomado em 2017", declarou a secretária de Turismo, Gerlane
Melo.
O Prefeito Izaías Régis, no
entanto, manteve os eventos que custam mais caro para a cidade e que tem mais
apelo popular, num ano de eleição municipal Festival Viva Dominguinhos (21 a
23/4), Festival de Inverno de Garanhuns (3ª semana de julho), Natal Luz (18/11
a 31/12).
A Prefeitura alega que o
evento era caro para o retorno que dava à cidade. "A produção do Garanhuns
Jazz Festival contesta esta informação. A taxa de ocupação hoteleira no ano
passado foi de 100%. Veio numa crescente nos últimos anos. O festival também
oferecia oficinas gratuitas, tinha atrações locais, estimulava a formação de
grupos musicais ee a tenda onde era realizada ficava lotada", disse o
produtor Giovanni Papaléo, idealizador, curador e diretor artístico do
Garanhuns Jazz Festival.
Segundo Gerlane Melo, a
prefeitura destinou R$ 484 mil para o Viva Dominguinhos, R$ 553 mil para o
Garanhuns Jazz Festival, R$ 1 milhão para o Natal Luz e R$ 1,2 milhão para o
Festival de Inverno de Garanhuns. Chega ser contraditório a Prefeitura cancelar
um festival de quatro dias de música, quando neste ano pagou cachês de R$ 230
mil para a banda Capital Inicial e R$ 150 mil para Ana Carolina.
FESTIVAL PROJETOU GARANHUNS - Foi durante a gestão atual que o
Garanhuns Jazz Festival, que estava consolidado, ganhou a atual proporção, com
o orçamento crescendo mais de 100%, ultrapassando os R$ 500 mil, a maior parte
do dinheiro pago em despesa em infraestrutura. "Estávamos disposto a volta
a fazer um festival num formato menor, orçado R$ 200 mil, proposto pela
prefeitura, como fazíamos nos primeiros anos. Se fosse o caso, não haveria
atrações vindas dos Estados Unidos, por causa da alta do dólar", argumenta
Papaléo.
Nos últimos anos, a
contratação de grandes nomes da música brasileira e internacional aumentou o
prestígio e a projeção do Garanhuns Jazz Festival. Nomes como Ivan Lins, Wagner
Tiso, Azymuth, Billy Cobham, Kiko Loureiro, Andreas Kisser, Nasi (do Ira!) e George
Israel, Mud Morganfield, Magic Slim, Jimmy Burns, Celso Blues Boy, Jefferson
Gonçalves, por exemplo, serviram para reforçar a importância do evento no
cenário do jazz, do blues e da MPB. Ao mesmo tempo, com o aumento do orçamento
por decisão do prefeito Izaías Régis, a vinda desses artistas veio atender um
desejo de tornar o evento de maior apelo junto ao morador da cidade, uma vez
que o público "forasteiro" já estava conquistado.
"Do ponto de vista
artístico e econômico, cumprimos todas as exigências. Ao longo dos anos, a
ocupação hoteleira da cidade cresceu e em 2014 chegou a 100%", comentou o
produtor Giovanni Papaléo, que realiza o festival em parceria com a Mono
Produções, que realiza a produção executiva, com a Prefeitura, que patrocinava
e atendia pela infraestrutura.
O Festival foi criado durante
a gestão do prefeito Luiz Carlos para incentivar a cultura, o turismo e o
comércio da cidade numa época em que os moradores habitualmente deixam
Garanhuns para passar o Carnaval no Recife e Olinda ou nas praias do litoral de
Pernambuco e Alagoas. O grupo Queremos Garanhuns Jazz Festival foi criado no
Facebook quando o cancelamento era ainda uma ameaça. Em menos de uma semana,
mais de 8.900 pessoas entraram no grupo e compartilharam centenas de mensagens de
apoio. O cantor Tico Santa Cruz chegou a pública uma carta aberta ao prefeito,
sendo seguido do saxofonista Derico Sciotti (do Programa do Jô).
NATAL LUZ - Desde o dia 20 novembro, a Prefeitura patrocina também
o Natal Luz de Garanhuns, orçado em mais de R$ 1 milhão, com 130 atrações
culturais, e criado no primeiro ano da gestão de Izaías Régis. O evento hoje
tem como atração hoje o cantor romântico Aguinaldo Timóteo, que faz show
comemorativo de meio século de carreira. "Fico muito feliz de poder estar
em Pernambuco nesta época tão bonita que é a do Natal. Vou cantar com muita
alegria e entusiasmo", diz o artista que, aos 79 anos, que se apresenta
num palco armado em frente à prefeitura. No repertório do show, canções que
fizeram sucesso na voz de Dalva de Oliveira, Ângela Maria, Waldick Soriano,
Moacir Franco, Anísio Silva, Adilson Ramos e Reginaldo Rossi.
A programação tem ainda desfile de Papai Noel em
carros alegóricos, teatro de fantoches e contação de histórias sobre a origem
natalina”. (Com informações do Caderno C,
do JC de 19/12/2015)