Os quatro secretários do governador Paulo Câmara (PSB)
que têm mandato de deputado federal vão pedir demissão para retornar à Câmara
apenas para votar no processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.
Logo em seguida, eles reassumem seus postos no governo do
Estado. Ontem, após recebê-los, o governador teria dado o aval para que Felipe
Carreras (Turismo), Danilo Cabral (Planejamento) e André de Paula (Cidades)
voltem ao Congresso às vésperas da votação. Sebastião Oliveira (Transporte) vai
se reunir com Paulo Câmara hoje. Todos devem votar à favor do impeachment.
Apesar de o PSB ainda não ter se definido oficialmente
sobre a matéria, os socialistas Carreras e Cabral adiantaram que são a favor do
impedimento. André de Paula segue a mesma linha, embora o PSD faça parte do
chamado "centrão" da base aliada. Nos últimos dias, a legenda deu
sinais de que pode desembarcar do Governo. Sebastião Oliveira também é
favorável ao impeachment, mas diz que só definirá o seu voto após conversar com
a direção nacional do seu partido, o PR.
Os Secretários pretendem solicitar exoneração dos cargos
no momento em que for definido o dia da votação, prevista para ocorrer entre 16
e 19 de abril. A passagem pela Câmara será relâmpago e eles devem retomar os
cargos logo após a votação. "Em respeito aos cem mil pernambucanos que
votaram comigo, não posso deixar de marcar posição política clara", disse
André de Paula. "A gente acha importante ter essa afirmação e mostrar à
população como a gente se posiciona", afirmou Carreras. "Nossa saída
se daria no momento da votação, em respeito aos nossos eleitores que delegaram
a confiança em nós. Esse é um momento que nós não poderíamos nos furtar",
acrescentou Cabral.
Com a saída dos quatro secretários, os suplentes
Augusto Coutinho (SD), Fernando Monteiro (PP), Cadoca (sem partido) e Raul
Jungmann (PPS) perderiam temporariamente a vaga de deputados federais durante o
impeachment. Coutinho e Jungmann são favoráveis à deposição de Dilma. Monteiro
e Cadoca não haviam se posicionado. Nenhum deles integra a comissão especial
que analisará o processo na Câmara. (Com
informações do Jornal do Commercio)