segunda-feira, 21 de março de 2016

Senado aprova Pílula do Câncer mesmo sem Registro da ANVISA


Em menos de um minuto e sem qualquer discussão, o plenário do Senado aprovou ontem, dia 22, o projeto de lei que libera o uso de fosfoetanolamina, a pílula do câncer, para pacientes diagnosticados com tumores malignos.

Assim como na Câmara, o texto passou em votação simbólica entre os senadores, quando não há registro nominal de votos, e seguirá para a sanção da presidente Dilma Rousseff. Mais cedo, o senador Ivo Cassol (PP­RO) apresentou um requerimento de urgência da proposta, o que aceleraria a sua apreciação pelo plenário.

Um dos principais defensores da substância no Senado, Cassol disse que o pedido contava com o apoio de 80% dos líderes partidários. O pedido foi aprovado em plenário. O senador Randolfe Rodrigues (Rede­AP) defendeu a apreciação urgente do projeto pela necessidade de pacientes com câncer terem acesso ao componente químico. Na votação do mérito, ninguém se pronunciou.

O projeto diz que o uso voluntário da fosfoetanolamina não exclui o direito de acesso a outros tratamentos contra o Câncer. Atualmente, o uso da substância é proibido e o remédio não é reconhecido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Também não estão claros os efeitos da fosfoetanolamina. A proposta aprovada permite a produção, importação, distribuição e prescrição "independentemente de registro sanitário, em caráter excepcional, enquanto estiverem em curso estudos clínicos" da substância. Somente agentes autorizados pelo governo poderão produzir e distribuir a pílula.

O Conselho Federal de Medicina, a Associação Médica Brasileira e a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica se posicionaram contra a aprovação do projeto de lei, por ser "um risco à saúde pública". As entidades afirmaram, em nota, que a decisão dos parlamentares "faz o Brasil regredir décadas em sua escalada civilizatória", pois eles "desprezaram a necessidade de realizar pesquisas clínicas" antes de liberar o medicamento. A Anvisa afirmou ver "com preocupação" a aprovação do projeto, já que a fosfoetanolamina não passou "pelos testes que garantem sua segurança e eficácia". (Com informações do Jornal do Commercio)