A partir de abril, os moradores de quatro municípios do Agreste de
Pernambuco vão receber água exclusivamente de caminhões-pipa por causa do
colapso de mais duas barragens da Região. O Sistema de Bitury e a Barragem de
Pedro Moura Jr. estão praticamente secos, com a estiagem que já dura cinco anos
na região semiárida.
A Pedro Moura Jr. estava com 0,46% da capacidade e a de Bitury com
1,95%. A previsão da Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) é gastar
mais de R$ 500 mil mensais só com os caminhões-pipa enviados para a região de
Belo Jardim, que vão buscar água nas barragens que atendem a Garanhuns e
Agrestina, em melhor situação. São 50 caminhões para o Município e mais 20 para
o entorno, que reúne São Bento do Una, Sanharó e Tacaimbó. Parte do dinheiro é
da Compesa e outra é de recursos federais, recebidos por meio da Coordenadoria
de Defesa Civil de Pernambuco (Codecipe).
Além das cidades da região de Belo Jardim, já são 11 os municípios
pernambucanos com a rede de distribuição de água completamente interrompida,
sendo abastecidos somente por caminhões. Mais 36 estão com severa restrição de
consumo por meio da rede, com rodízios, e usam parcialmente o recurso dos
caminhões para atender à população. Até o dia 18 de março, mais sete barragens
de Pernambuco estavam em colapso.
A interrupção da rede de abastecimento, na prática, significa que não
chega mais água pelo encanamento; as torneiras ficam secas. Para suprir a
demanda dos moradores, os caminhões-pipa passam nas ruas distribuindo água em
baldes, enchendo caixas d’água ou fontes.
A tendência da crise hídrica no Agreste é piorar, de acordo com o
diretor regional do Interior da Compesa, Marconi de Azevedo. A principal
barragem que abastece a região, Jucazinho, está com 1,25% da capacidade. A
previsão da Compesa é que, se não chover o suficiente, o sistema só funcione
até maio. “Já estamos com 40 a 50 caminhões-pipa na região de Surubim, Município
onde está Jucazinho. Isso deve dobrar caso a barragem entre em colapso em
maio”, alerta o diretor.
A solução seria a Adutora do Agreste, que vai usar água do Rio São
Francisco para atender a 2 milhões de habitantes em 68 municípios, mas, segundo
o diretor regional do Interior, Marconi de Azevedo, a obra está parada desde o
ano passado por falta de recursos federais. “Era para estar pronta, mas faltam
aproximadamente de R$ 35 milhões a R$ 40 milhões por mês para terminar em 24
meses. Estamos recebendo de R$ 5 milhões a R$ 10 milhões”. Azevedo informou que
com o recurso que entra, só é possível atender o passivo com as empreiteiras. (Com informações do JC On line)