A Prefeitura de Garanhuns e a Comissão do Memorial do Centenário da
Hecatombe Garanhuns realizaram nesta terça-feira, dia 14, a cerimônia de
apresentação da biografia dos ex-prefeitos Manoel Antônio de Azevedo Jardim,
Francisco Veloso da Silveira, Argemiro Tavares de Miranda e Júlio da Silva
Brasileiro, mortos no período da Hecatombe. A solenidade aconteceu na antessala
do gabinete do Prefeito Izaías Régis (PTB), no Palácio Celso Galvão.
Durante a cerimônia, os quadros oficiais dos Gestores Mortos foram
entregues oficialmente para compor a galeria dos ex-prefeitos. Prestigiaram a
solenidade, familiares das vítimas, além de membros do Governo Municipal e da
comissão do Centenário.
A Hecatombe marcou a história de Garanhuns pela série de assassinatos de
comerciantes e políticos. O resultado da eleição de sete de janeiro de 1917
teria motivado os assassinatos. Sales Vilanova, opositor político, matou o
então prefeito eleito, Júlio Brasileiro, que não chegou a tomar posse. Os
demais foram assassinados dentro da Cadeia
Pública do Município, onde estavam sob Guarda. Os documentos mostram que mais
de 15 cidadãos foram mortos no período. (Com informações e imagens da jornalista Ezandra Ribeiro/SECOM/PMG)
Clique AQUI para saber mais sobre a Hecatombe de Garanhuns.
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Confira também trechos da biografia dos Ex-prefeitos
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TRECHOS DA BIOGRAFIA DOS
EX-PREFEITOS
Prefeito Manoel Antônio de
Azevedo Jardim – Nasceu em Garanhuns no ano de
1867. Sua família chegou a Suíça Pernambucana na metade do século XVIII. Sua
residência ficava na atual Praça Jardim. Recebeu sua patente de guarda nacional
em 1893. Com o apoio do seu irmão Luíz Afonso de Oliveira Jardim, juiz de
Direito e chefe político na região, foi eleito 2º prefeito de Garanhuns,
obtendo na eleição 631 votos. Na sua administração, que se estendeu de 1895 a
1898, criou a primeira escola estadual feminina para o curso primário.
Foi reeleito novamente prefeito de Garanhuns para o mandato de 1901 a
1904. Manoel Jardim, em sua trajetória política, foi concomitante prefeito de
Garanhuns e Canhotinho e eleito Deputado Estadual em duas oportunidades.
Prefeito Francisco Veloso da
Silveira – Nasceu em
1862. Era proprietário de farmácia em Garanhuns e dono de fazenda de café, na
época, localizada em São João. Sua patente de guarda nacional foi recebida em
setembro de 1897. Foi eleito prefeito de Garanhuns em 10 de setembro de 1898,
obtendo 558 votos, enquanto seu adversário, o Alferes Joaquim Correia Brasil
Junior, obteve 131 votos. Seu mandato foi concluído em 1901. Durante a sua
administração foram realizadas melhoramentos urbanos, calçando algumas ruas da
cidade.
Em 10 de julho de 1904 voltou a concorrer ao cargo de prefeito do
município, novamente sendo reeleito. No seu segundo mandato a sua visão
política concentrou-se no sentido de melhorar a iluminação pública,
substituindo a iluminação de lampiões de querosene por carbureto em postes de
madeira. A atual Avenida santo Antônio foi servida por oito desses postes. Em
sua trajetória política foi eleito por Garanhuns como Deputado Estadual.
Prefeito Argemiro Tavares de
Miranda – Nasceu em
Garanhuns em 1869, com a família oriunda do município de Panelas. Era
fazendeiro de café e proprietário do principal armazém de Garanhuns. Argemiro
se destacou como comerciante em Garanhuns e Recife, sendo eleito prefeito de
Garanhuns em 22 de março de 1911, após haver uma nova eleição para o
preenchimento do cargo do executivo, em virtude da renúncia do prefeito Antônio
Isaac de Macedo. Devido a perseguições políticas e restrições financeiras
impostas pelo governador General Dantas Barreto, o tenente-coronel Argemiro
Miranda renunciou ao cargo em fevereiro de 1912.
Prefeito Júlio Euthymio da Silva
Brasileiro – O
tenente-coronel prefeito Júlio Euthymio da Silva Brasileiro nasceu em Garanhuns
em 30 de outubro de 1867. Iniciou na política apoiando o partido do Dr. Luís
Afonso de Oliveira Jardim, juiz de Direito e chefe político em Garanhuns. Na
eleição de 1911 para Governador do Estado, apoiou juntamente com Dr. Antônio
Souto Filho o General Dantas Barreto, consequentemente com a renúncia de
Argemiro Miranda, para ocupar o cargo vago foi realizada nova eleição, sendo
eleito o Coronel Júlio Brasileiro em 30 de março de 1912 obtendo 1.138 votos
contra 331 do Coronel Hemetério Souto.
A
posse aconteceu em 22 de maio de 1912, ocasião em que renunciou os seus
ordenados em favor dos cofres públicos. Na sua administração deu início a
arborização da cidade, o processo de eletrificação e água encanada. Concluído
seu mandato foi eleito Deputado Estadual em 1914. Em 10 de julho de 1916 foi
novamente candidato a prefeito de Garanhuns. Embora sendo eleito com 1.114
votos, uma nova eleição foi marcada para 7 de janeiro de 1917, dessa vez
concorreria sozinho, pois a oposição retirara sua candidatura. Realizada a
eleição o resultado sairia um mês depois, mas o Coronel Júlio Brasileiro não
chegaria a tomar posse, pois seria assassinado no dia 14 de janeiro, em Recife
(PE).