sexta-feira, 8 de março de 2013

Bacia Leiteira pede socorro. Desespero também toma conta de Criadores de Gado


Cenário de caatinga no município de Lagoa do Ouro.

A estiagem também vem castigando muito o rebanho bovino no Agreste Meridional. Enquanto não chove, a produção de leite e seus derivados, bem como a criação dos animais na Região, sentem os impactos da estiagem, sobretudo no aspecto econômico.

Os reservatórios que saciam a sede do gado operam com capacidade mínima e em muitos Municípios quase inexistem. Sem água e sem pasto, os bois morrem e os criadores por não ter sequer a quem vender os seus animais, vão somando prejuízos.

O município de Cachoeirinha já reduziu a produção de leite e de queijo em 70%. Em Garanhuns, a Prefeitura estima que o prejuízo econômico no setor chega aos 80%. As informações foram publicadas no JC. Em Lagoa do Ouro, assim como em diversos municípios do Agreste a paisagem é típica da região da caatinga.

Uma ação denominada de Movimento S.O.S. Pecuária de Pernambuco foi criada por produtores rurais e pecuaristas de várias cidades do Estado, todos desestimulados pelo atual cenário desolador da seca. O objetivo é sensibilizar o Governo do Estado quanto às dificuldades vivenciadas pelos pecuaristas por conta dos efeitos da Seca.

Entre outras medidas, o Movimento reivindica junto ao Governo do Estado a liberação da cota de milho que os produtores têm direito de acordo com o cadastro existente na Conab.  Aliás, a distribuição irregular do Milho, cujo programa é Federal, vem gerando transtornos e constantes protestos de criadores na sede do IPA/Garanhuns, órgão responsável pela distribuição dos grãos na Microrregião.

O secretário de Agricultura do Estado, Ranilson Ramos vem realizando desde ontem (dia 7) visitas aos municípios do Agreste que formam a bacia leiteira de Pernambuco. O Secretário já passou por Buíque, Pedra e Venturosa. Hoje pela manhã estará em Capoeiras, São Bento do Una, Bom Conselho e Águas Belas. Nas cidades, Ramos se reúne com os produtores de leite e visita as feiras de gado, que a cada dia se esvaziam devido à seca que castiga a Região. Vale salientar que o Governo do Estado liberou em fevereiro, R$ 941 milhões para obras de recursos hídricos no Estado, todavia em 2012, só executou 22,13% do orçamento destinado para o Setor.   

A situação é de alerta total e a expectativa é que ações emergenciais por parte do Governo do Estado sejam adotadas, caso contrário, corremos o risco de vivenciarmos a extinção da pecuária leiteira no Agreste Meridional.