O governador
Paulo Câmara (PSB) defendeu o diálogo do seu Partido, do qual é vice-presidente
nacional, com o vice-presidente da República. Nessa segunda-feira, dia 28,
portanto um dia antes dos peemedebistas oficializarem a saída da base de apoio
ao governo federal, o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, reuniu-se
com Michel Temer (PMDB) e Paulo endossou o encontro. Para ele, é legítimo que
os socialistas mantenham-se próximos a Temer.
"Sempre que
somos convidados participamos de conversa. Debatemos os cenários, as
preocupações de todos nós diante de tanta incerteza que está passando o Brasil.
Evidentemente que o PSB sempre se colocou à disposição para ajudar com suas
propostas e ideias. É um momento de deliberação diante do agravamento da crise.
Tão logo isso seja definido é preciso que haja uma unificação de forças com
todos os partidos e lideranças para o Brasil voltar a andar", falou.
De acordo com o Governador, o momento é de estreitar a relação
político-partidária. No entanto, ele não adiantou se o PSB discutiu com Temer a
participação em um futuro governo peemedebista caso ocorra o impeachment da
presidente Dilma Rousseff (PT). "A gente tem sempre que estar abrindo portas,
contribuindo para o debate nacional que está tão difícil. Essa (participação em
um possível governo Temer) é uma discussão que o partido ainda vai ter. A gente
vai ver alternativas e a forma que o PSB pode contribuir para o Brasil. Não há
necessidade de deliberar questões como essas de imediato", declarou.
Mais uma vez, Paulo defendeu a celeridade do processo de impeachment, mas não
afirmou de forma categórica se é a favor do afastamento da presidente. Ele
disse que os fatos são graves e precisam ser analisados e que seguirá a
orientação do PSB, que ainda não fechou questão sobre o assunto.
SECRETÁRIOS - Paulo Câmara também comentou a decisão
de alguns de seus secretários estaduais, que são deputados federais
licenciados, de votarem a favor do impeachment da presidente Dilma. Para isso,
os auxiliares - Danilo Cabral (Planejamento e Gestão), André de Paula
(Cidades), Felipe Carreras (Turismo) e Sebastião Oliveira (Transportes) -
precisarão ser exonerados do posto para assumir o mandato em Brasília. Após a
votação do impeachment, eles retornam ao secretariado. "É um desejo
pessoal dos deputados de participar de um momento que consideram histórico. A
gente respeita, mas tenho dito a eles que é necessário focar em Pernambuco
porque as coisas estão muito difíceis aqui", afirmou. Com a saída
momentânea dos secretários, quem deve assumir o comando das secretarias serão
seus adjuntos. O governador, porém, disse que esse é um assunto que ainda será
conversado.
PMDB OFICIALIZA ROMPIMENTO COM O GOVERNO DILMA - O PMDB rompeu oficialmente com o governo
Dilma durante reunião do Diretório do partido na tarde dessa terça-feira, dia
29. A ordem da sigla é que ministros deixem cargos. Atualmente, o PMDB ocupa
sete ministérios. Além da entrega dos cargos no Executivo, ficou determinado
que haverá instauração de processo no Conselho de Ética do partido contra quem
permanecer nas funções.
PARA JARBAS, SAÍDA DO PMDB DO GOVERNO VAI ACELERAR O
IMPEACHMENT - Com
a saída do PMDB do governo, o deputado Jarbas Vasconcelos (PMDB) acredita
que o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) fique mais próximo. “Sem
dúvida vai ter mais influência no processo do impeachment. Isso pode estimular
outras legendas a fazer a mesma coisa, atrair outros partidos”, disse.
Para
o Parlamentar, a decisão dessa terça, dia 29, foi “um momento histórico” da
legenda. “Demorou, mas o PMDB tomou a decisão”, acrescentou. Jarbas sempre foi
um crítico da aliança do PMDB com o PT e manteve sua posição de dissidente do
partido durante os governos de Lula e Dilma. “Sempre discordei. Agora, o
partido está começando a voltar a ser o que era. Tem que ver a questão dos
ministros, que vão entregar os cargos”, acrescentou. (Com informações do JC On line)