O Ministério Público, representado pelo promotor de
Justiça Paulo Augusto de Freitas, realizou na última quarta-feira, dia 24, na
sede do Projovem, em Cachoeirinha, uma reunião para finalizar a elaboração do
“Plano de Ação de Combate ao Uso de Crack e Outras Drogas”, por crianças e
adolescentes. Participaram do encontro representantes da Secretaria Estadual de
Desenvolvimento Social e Direitos Humanos, de secretarias municipais,
vereadores, conselheiros tutelares, educadores, líderes religiosos e
comunitários. Na cidade que hoje abriga aproximadamente 17 mil habitantes, o
tráfico e consumo de crack e outras drogas começam a apresentar graves danos às
famílias, principalmente nas comunidades de baixa renda.
O Plano apresentado sugere três frentes de ação, sendo o
eixo da prevenção, do cuidado e da segurança ou repressão. As ações terão o
início definido no próximo dia 14 de maio, durante audiência pública em
Cachoeirinha. Para a juíza Fabíola Michele Moura, “o problema do crack é uma
questão social, mas não é decorrente de um problema único. São famílias
degradadas e em condições de pobreza extrema, carentes de políticas públicas
mais efetiva voltadas para crianças e adolescentes. É um problema complexo,
porém o que mais me chama a atenção é mesmo a questão social e pretendemos
reverter este quadro a partir destas ações”.
A presidente do Conselho Tutelar de Cachoeirinha,
Josineide Almeida, explicou que a dificuldade em lidar com o problema está
justamente na falta de parceria com os pais e responsáveis. “Também precisamos
acionar as redes de proteção que sabemos que existem mas não têm como atender a
toda essa demanda, em consequência do grande número de usuários e a falta de
estrutura especializada para o suporte continuado aos mesmos”.
De acordo com o coordenador do programa Atitude, da
Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos, Thiago Gomes, “essa
situação do enfrentamento ao crack também será abraçada no Plano pelo Governo
do Estado. De efetivo, nós estamos trazendo para a cidade a formação
continuada, capacitação de agentes multiplicadores entre professores e agentes
de saúde, que possam multiplicar técnicas de cuidados, prevenção e
enfrentamento. Aqui em Cachoeirinha, a Secretaria Municipal de Saúde vai criar
cotas de atendimento psiquiátrico e dar suporte aos usuários de drogas”.
Por sua vez, Paulo Augusto sugeriu ajustes a realização
de operações educativas e repressivas, com participação das polícias e da
prefeitura, referentes à fiscalização e interdição de ambientes comerciais que
proporcionam incidência de crimes na cidade e são usados também como pontos de
consumo de drogas. “Essa questão do crack vem sendo trabalhada pelo Ministério
Público há algum tempo. Graças à ação do procurador-geral Aguinaldo Fenelon,
nós conseguimos institucionalizar o programa de combate ao crack, o Pernambuco
Contra o Crack, já implantado em algumas cidades- polo do estado e que estamos
agora implantando em Cachoeirinha”, adiantou.