A Operação Pronto Socorro, deflagrada no último dia 9 com
a prisão de quatro ex-funcionários do Hospital Regional Dom Moura, em
Garanhuns, pelo Grupo de Articulação Especial de Combate ao Crime Organizado
(Gaeco), do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), em parceria com as
polícias Civil e Militar e Controladoria Geral da União (CGU), ganhou na última
quinta-feira, dia 18, um novo capítulo.
A pedido do Gaeco, a juíza da vara criminal, Pollyana
Cotrin, decretou a prisão preventiva por prazo indeterminado da ex-diretora do
hospital, a dentista Maria Emília Pessoa, do ex-porteiro Marcone Souto Araújo,
do ex-auxiliar administrativo Lúcio Ferreira Duarte Neto, e da servidora do
departamento financeiro, Maria Veridiana da Costa Vieira, além de Maria José
Neves da Silva, que não havia sido presa temporariamente com os quatro
primeiros suspeitos no dia 9. No final da tarde de hoje, a ex-diretora da
unidade, que se encontrava internada na Casa de Saúde Nossa Senhora do Perpétuo
Socorro, em Garanhuns, conseguiu fugir. Maria Emília ocupou o cargo de diretora
da unidade hospitalar de 2007 até o ano passado.
Veridiana e Maria José foram encaminhadas à Colônia Penal
de Buíque, enquanto Marcone e Lúcio continuarão recolhidos à cadeia pública de
Garanhuns. Outra novidade é que a denúncia oferecida pelo Gaeco contra os cinco
envolvidos foi aceita pelo Poder Judiciário, o que representa a transformação
das investigações em processo criminal. O Ministério Público agora espera que
os acusados permaneçam presos durante todo o processo e que continuem cumprindo
pena em razão das condenações que virão.
Esta operação, que tem contado com apoio do chefe da
Polícia Civil, Oswaldo Moraes, e do comando da Polícia Militar de Garanhuns,
faz parte de uma articulação nacional contra a corrupção. Também a pedido do
Gaeco, a Justiça decretou o bloqueio de bens e contas bancárias dos acusados,
até o limite de R$ 267 mil, para ressarcir os cofres públicos. Este é o valor
subtraído do Hospital Dom Moura até o momento.
Em janeiro de 2011, a Secretaria de Saúde do Estado pediu
à Polícia Civil que investigasse o desvio de R$ 10 mil, que deveriam ter sido
pagos a um fornecedor do hospital. Após a conclusão do inquérito pela polícia,
ele foi encaminhado ao Gaeco. Após meses de investigações, o Ministério Público
descobriu que os suspeitos teriam desviado R$ 267 mil dos recursos públicos
destinados ao hospital. De acordo com as investigações, 62 cheques foram
desviados e depositados na conta bancária do ex-porteiro da unidade.