sábado, 20 de abril de 2013

Polícia prende mais uma suspeita de desviar recursos do Hospital Dom Moura e ex-diretora foge



A Operação Pronto Socorro, deflagrada no último dia 9 com a prisão de quatro ex-funcionários do Hospital Regional Dom Moura, em Garanhuns, pelo Grupo de Articulação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), em parceria com as polícias Civil e Militar e Controladoria Geral da União (CGU), ganhou na última quinta-feira, dia 18, um novo capítulo.

A pedido do Gaeco, a juíza da vara criminal, Pollyana Cotrin, decretou a prisão preventiva por prazo indeterminado da ex-diretora do hospital, a dentista Maria Emília Pessoa, do ex-porteiro Marcone Souto Araújo, do ex-auxiliar administrativo Lúcio Ferreira Duarte Neto, e da servidora do departamento financeiro, Maria Veridiana da Costa Vieira, além de Maria José Neves da Silva, que não havia sido presa temporariamente com os quatro primeiros suspeitos no dia 9. No final da tarde de hoje, a ex-diretora da unidade, que se encontrava internada na Casa de Saúde Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, em Garanhuns, conseguiu fugir. Maria Emília ocupou o cargo de diretora da unidade hospitalar de 2007 até o ano passado.

Veridiana e Maria José foram encaminhadas à Colônia Penal de Buíque, enquanto Marcone e Lúcio continuarão recolhidos à cadeia pública de Garanhuns. Outra novidade é que a denúncia oferecida pelo Gaeco contra os cinco envolvidos foi aceita pelo Poder Judiciário, o que representa a transformação das investigações em processo criminal. O Ministério Público agora espera que os acusados permaneçam presos durante todo o processo e que continuem cumprindo pena em razão das condenações que virão.

Esta operação, que tem contado com apoio do chefe da Polícia Civil, Oswaldo Moraes, e do comando da Polícia Militar de Garanhuns, faz parte de uma articulação nacional contra a corrupção. Também a pedido do Gaeco, a Justiça decretou o bloqueio de bens e contas bancárias dos acusados, até o limite de R$ 267 mil, para ressarcir os cofres públicos. Este é o valor subtraído do Hospital Dom Moura até o momento.

Em janeiro de 2011, a Secretaria de Saúde do Estado pediu à Polícia Civil que investigasse o desvio de R$ 10 mil, que deveriam ter sido pagos a um fornecedor do hospital. Após a conclusão do inquérito pela polícia, ele foi encaminhado ao Gaeco. Após meses de investigações, o Ministério Público descobriu que os suspeitos teriam desviado R$ 267 mil dos recursos públicos destinados ao hospital. De acordo com as investigações, 62 cheques foram desviados e depositados na conta bancária do ex-porteiro da unidade.

O Hospital Regional Dom Moura é referência para 21 municípios que reúnem mais de 500 mil habitantes. Na emergência, a unidade hospitalar atende a mais de 13 mil pessoas todos os meses. Já no ambulatório, com 14 especialidades, o hospital realiza 4 mil atendimentos mensais. (Com informações do Ministério Público de Pernambuco).