quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Gasolina deve subir até Sábado. Reajuste deve ficar entre R$ 0,10 e R$ 0,15 por litro


A alta nos preços dos combustíveis, anunciada pela Petrobras, ainda não se refletiu no bolso dos consumidores, mas o aumento deve chegar às bombas até o fim de semana e deve ficar entre R$ 0,10 e R$ 0,15 por litro.

É o que acredita o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo de Pernambuco (Sindicombustíveis­PE), Alfredo Ramos. "É difícil prever exatamente de quanto será o aumento ou quando começará a ser repassado para os clientes, por causa da concorrência no setor, que é muito forte", comenta Ramos. De acordo com o sindicalista, os donos de postos ainda estão calculando o impacto do reajuste de 6% na gasolina e de 4% no diesel, que não inclui tributos federais, como Cide e PIS/Cofins ­ o que pode gerar um impacto maior na bomba de gasolina. "Os empresários não ganham um centavo quando o governo aumenta o preço. Muito pelo contrário: eles gastam mais, já que pagam esses impostos na fonte", completa.


Nos próximos meses, o consumidor deve esperar ainda mais aumento na gasolina, uma vez que o pacote de aumento de impostos, anunciado na última segunda-­feira, dia 23, pelo governo do Estado, também prevê um aumento no valor do ICMS do produto ­ de 27% para 29%. "Nós somos terminantemente contra esse aumento, que só vai gerar uma diminuição no consumo e na arrecadação", avalia o presidente do Sindicombustíveis­PE.

A decisão de aumentar o preço da gasolina e do diesel foi tomada pela Petrobras na noite da última terça (29) diante dos problemas de caixa da empresa após a forte alta do dólar nos últimos dias. O reajuste é uma sinalização ao mercado de que a empresa, hoje comandada por Aldemir Bendine, tem autonomia para definir sua política de preços dos combustíveis. Ainda não há estimativas oficiais sobre o impacto do reajuste para os consumidores.

O último reajuste de preços de combustíveis, anunciado em novembro pela ex­presidente Graça Foster, gerou, na época, impacto entre 2% e 2,5%. Considerado mais grave ainda pelo setor é o aumento do diesel, que terá reflexos em toda cadeia produtiva da maior parte dos produtos vendidos no País. "O próprio preço da gasolina vai sofrer com o aumento do diesel, uma vez que é o principal modal de transporte do combustível", afirma Ramos.

Apesar de também sofrer com o aumento no diesel, o setor sucroenergético acredita que o aumento na gasolina pode tornar o etanol mais competitivo no mercado. "A manutenção no valor pode significar o início de uma recuperação, mas ainda é insuficiente se considerarmos que há 3 anos mais de 80 usinas acabaram fechando por não conseguirem manter seus custos", lembra o presidente do Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool, no Estado de Pernambuco, Renato Cunha. Além do aumento na gasolina, o pacote proposto pelo governo do Estado, ainda reduz o ICMS sobre o álcool de 27% para 25%. (Com informações do JC de 01/10/2015)