segunda-feira, 9 de maio de 2016

Senado vai dar continuidade ao Impeachment de Dilma


O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), comunicou nesta segunda-feira, dia 9, ao plenário da Casa que decidiu dar continuidade à tramitação do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff à revelia do ato do presidente em exercício da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), que anulou a votação do dia 17 de abril. A decisão foi tomada após consultas ao regimento interno do Senado e conversa com líderes partidários na residência oficial do Senado.

“[Quando o Senado recebeu o processo] disse que a tramitação não seria tão célere de modo que parecesse apressado nem tão demorada de modo que parecesse procrastinação. Aceitar essa brincadeira com a democracia seria ficar pessoalmente comprometido com o atraso do processo”, declarou Renan no plenário do Senado. “Nenhuma decisão monocrática pode se sobrepor à decisão colegiada, tanto mais quando essa decisão foi tomada pelo mais relevante colegiado da Casa [...] Por todo o exposto, deixo de conhecer o ofício da Câmara dos Deputados e determino sua juntada aos autos da denúncia com esta decisão”, completou o presidente do Senado.

O ofício do presidente interino da Câmara dos Deputados pedindo que os autos do processo de impeachment sejam devolvidos a Casa chegou, às 11h37min desta segunda, na Secretaria-Geral do Senado. Cabia a Renan decidir se devolvia ou não o processo aos deputados federais.

Com a decisão de Renan Calheiros de dar continuidade à tramitação do processo de afastamento, deverá ser lido ainda nesta segunda-feira, no plenário do Senado, um resumo do parecer da comissão especial do impeachment que recomenda a instauração do processo pelo Senado. Após a leitura, o resumo será publicado no “Diário Oficial do Senado” e começará a contar o prazo de 48 horas para que o relatório possa ser votado pelos senadores. A sessão de votação do parecer está prevista para iniciar na manhã desta quarta-feira, dia 11.


A VOTAÇÃO DO IMPEACHMENT - Como cada Senador terá 15 minutos para fazer considerações sobre o relatório, a sessão deverá invadir a madrugada de quinta-feira, dia 12. Se a maioria simples dos senadores presentes (metade mais um) aprovar o relatório da Comissão, a presidente será afastada da sua função por 180 dias. Para que a sessão tenha início, é necessária a presença de pelo menos 41 senadores. Caso a maioria dos Senadores decidir pela abertura do julgamento no Senado, o vice Michel Temer assumirá a presidência enquanto os parlamentares julgam a presidente. O processo não precisa terminar em 180 dias e, se ultrapassar este prazo, Dilma reassumiria o Governo. (Com informações do G1)