segunda-feira, 16 de maio de 2016

ESPERANÇA NA REDE: A História de Simony Bernardo


Por Ilka Souza

Maria Simony Bernardo Rodrigues é uma jovem do interior do Estado de Pernambuco, que luta diariamente por sua vida, nascida em Correntes, atualmente mora em Garanhuns, uma cidade que apesar de ser maior que a sua de origem, não está suprindo as suas necessidades em relação à saúde e qualidade de vida.

Esta jovem, como tantas outras de sua idade, utiliza diariamente as redes sociais para registrar os eventos de sua vida, a diferença é que observando suas postagens na internet acompanhamos a mudança brusca que a vida de Simony sofreu. As fotos das festas, saídas com os amigos, comemorações em família, repentinamente deram lugar a fotos em Hospitais, ou, em cima da cama e o belo sorriso aos poucos tornou-se raro, a expressão de dor agora é a mais comum. Acometida por Lúpus, artrite reumatoide, fibromialgia, sinusite crônica, renite, alergias, esofagite, problemas nos nervosos, depressão e síndrome do pânico e outros. A tecnóloga em Gestão Ambiental que sonha em voltar a trabalhar e estudar, tem uma rotina diária voltada para a busca da recuperação de sua saúde, com consultas, exames, novos remédios, novos tratamentos, alimentação diferenciada, uma árdua rotina que ainda é agravada pela falta de recursos. Simony não tem condições de trabalhar, não consegue a liberação pelo INSS de um benefício que a auxilie neste momento, mora de aluguel e a renda familiar da casa onde vivem 6 pessoas, entre estas 3 crianças, resume-se a aposentadoria de sua mãe, que está em parte comprometida por empréstimos feitos para comprar remédios e o salário do irmão, que além de trabalhar, faz “bicos” para ajudá-la, o que é insuficiente para manter as necessidades da moça que hoje, conta com a solidariedade de familiares e internautas que conheceram sua história pela Rede e se dispõem a participar das campanhas online.

Desde 2012 Simony Bernardo sofre com estas enfermidades adquiridas por um acidente de trabalho. A mesma trabalhava numa empresa de laticínios da região, na parte de controle de qualidade em laboratórios de pesquisas e análises de cruz e acabados, ela tinha de trabalhar em um ambiente em que fica um aparelho com os ácidos sulfúricos, tricloroacéticos, álcool isopropílico, além de outros produtos e reagentes químicos altamente perigosos e corrosivos. Nesse local, se faz necessária uma climatização e o aparelho onde ficam os ácidos tem de ser bem vedado devido o poder de corrosão destas substâncias químicas, mas aconteceu de dar problemas tanto no aparelho que guardava os ácidos chamado de “capela”, como no ar-condicionado e por cerca de dois meses estes equipamentos funcionaram de forma inadequada. Segundo nossa entrevistada,  quebraram e foram concertados constantemente e Simony ficou no mesmo ambiente que estas substâncias. Os primeiros sintomas apareceram aos poucos, começou com alergias, mal estar, tontura, dor de cabeça e cansaço. De acordo com Simony, após adoecer ela começou a ser perseguida na empresa, o que desencadeou problemas de nervosos e após necessitar de atestado médico e repouso de 15 dias em casa, foi  demitida: “falaram que estavam me demitindo porque estavam fazendo corte de funcionários na empresa”.

Mesmo com tantos problemas, ela não desiste de lutar e a cada dia utiliza seu perfil para divulgar vídeos com informações para pessoas que compartilham dos mesmos problemas de saúde, todo o resultado de pesquisas feitas por ela está em seu diário digital “facebook” para ajudar outras pessoas e são estas postagens que motivam as doações tão necessárias.

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Uma pessoa com diagnósticos tão graves não pode abrir mão de um plano de saúde, é imprescindível que esteja acobertada para as internações, consultas e exames que são tão necessários para aliviar seus sintomas, infelizmente no país em que vivemos a saúde pública não disponibiliza recursos suficientes para atender pessoas que como nossa entrevistada precisam de um acompanhamento diário, mas o plano também depende das doações, sendo assim,  não é raro o atraso das parcelas e quando a arrecadação das doações é insuficiente, Simony tem de escolher entre pagar o plano ou ter uma alimentação adequada e, geralmente a alimentação fica em segundo lugar.

Simony tem o cadastro no Sistema único de Saúde (SUS), utiliza seu cartão, vaga de posto em posto em busca de atendimento e remédios, mas na maioria das vezes se depara com a falta de medicamentos, O atual Secretário de Saúde do município, Sr. Alfredo de Góis Neto, devido a gravidade do estado de Simony, e dentro das possibilidades da saúde municipal, vem conseguindo exames e atendimento médico para a mesma sempre que possível, mas constantemente ela tem de ir aos consultórios particulares que aceitam seu plano, e tem outros que não aceitam, só pagando as consultas mesmo, e para isso necessita de doações para poder chegar a esses profissionais . Alguns médicos cedem amostras grátis após as consultas, mas não são suficientes para o tratamento, então geralmente ela posta a receita e aguarda a doação da medicação.

No primeiro semestre deste ano Simony Bernardo concedeu entrevista a dois telejornais de muita credibilidade na Região e o INSS foi procurado para esclarecimentos sobre a negativa que a mesma recebe sempre que procura a Seguridade Social em busca de um benefício, estas entrevistas foram importantes porque o caso dela foi revisto na época e por um mês ela recebeu o benefício, mas logo foi solicitada uma nova perícia e o médico voltou a negar o benefício atestando capacidade laborativa, mas a mesma tem todos os laudos médicos que atestam esta incapacidade.

A moça levou com muita dificuldade financeira o caso do acidente de trabalho à justiça, e está aguardando , ganhou as audiências, mas a empresa recorreu, espera que o INSS libere seu benefício e busca o auxílio de algum advogado da área previdenciária que a possa ajudar a resolver esta injustiça, busca também empresas e profissionais que possam e queiram ajuda-la de algum modo, pois seus gastos e dificuldades são muitas.   Hoje ela conta com a solidariedade das pessoas divulgando seu caso e a campanha que alguns amigos fizeram e compartilharam online. Vamos ajudar e compartilhar esta história! (Ilka Souza)

Ilka Souza é jornalista e professora.