sábado, 14 de maio de 2016

Ida de Fernando Filho para Ministério de Temer gera mal-estar no Governo Estadual


Além dos problemas decorrentes do afastamento do DEM e do PSDB, o PSB tem um problema interno para solucionar. Embora a Executiva nacional do partido tenha decidido que não teria cargos no governo Michel Temer (PMDB), o deputado federal Fernando Filho (PSB) passou a ocupar a pasta de Minas e Energia.

Na prática, a iniciativa do parlamentar de aceitar o convite do peemedebista representa mais um capítulo no duelo do senador Fernando Bezerra Coelho (PSB) com o governador Paulo Câmara (PSB) e o prefeito Geraldo Julio (PSB). Pernambuco só perde para São Paulo como o Estado com maior número de cargos no governo Michel Temer.


Vice-presidente nacional do PSB, o governador de Pernambuco já havia declarado que era contra a ocupação de cargos no governo Temer. Ontem, dia 13, no Palácio do Campo das Princesas, ele reconheceu que a iniciativa de Fernando Filho gerou incômodo. “Criar desconforto, cria. Sobre punição, cabe à Executiva Nacional se pronunciar. Evidentemente, como filiado ao PSB, respeito as decisões do partido. É importante que todos os filiados também respeitem”, declarou. Paulo também disse que Fernando Filho chega ao ministério como “cota pessoal” de Temer, repetindo o que o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, já havia sinalizado.

Porém, de acordo com interlocutores, a chateação do Governador com a família Coelho é grande. Agora, inclusive, especula-se que ele pode dar o troco a Fernando Bezerra, não apoiando a candidatura do deputado estadual Miguel Coelho à Prefeitura de Petrolina e apostando no projeto eleitoral do também deputado estadual Lucas Ramos (PSB). 


ALIANÇA JÁ ERA - Em entrevista à Rádio Jornal, o senador Armando Monteiro Neto (PTB) afirmou que a decisão do governador Paulo Câmara (PSB) de tirar o DEM e o PSDB da Frente Popular, que foi criticada até por socialistas, não foi correta. Segundo o ex­-ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), o ato foi um indício de desintegração da aliança. "Do ponto de vista político, foi uma posição desastrada", comenta o Senador. Para ele, o afastamento do PSDB e DEM demonstra uma dissolução da Frente Popular, que chegou a 21 partidos durante as eleições de 2014. "Falta uma figura que tenha experiência política. Sem essa personalidade, a ampla aliança que o partido fez começa a se desintegrar", comenta. (Com Informações do JC online)