sexta-feira, 31 de maio de 2013

Médicos planejam Ato Público na próxima terça-feira e denunciam: “situação no Dom Moura é Caótica”



“A situação do Hospital Dom Moura é Caótica”, a afirmação é do médico André Marrocos, que integra o quadro clínico da Unidade de Saúde. Por conta desta realidade, é que representantes do Conselho Regional de Medicina (CREMEPE) e do Sindicato dos Médicos (SIMEPE) estiveram em Garanhuns participando de assembleia geral da categoria, quando decidiram realizar um ato público para encaminhar uma Ação Civil à Justiça cobrando responsabilidade do Governo sobre a saúde.

O Ato acontece na próxima terça-feira, dia 4 de junho, a partir das 9h, defronte ao Hospital Regional Dom Moura. Contando com o apoio de estudantes do curso de medicina instalado na Cidade, os médicos seguirão em caminhada para as sedes do Ministério Público e da Justiça Federal na Cidade para fazer a entrega simbólica da Ação Civil. A população também esta sendo convocada a participar desse Movimento.  

O quadro de funcionamento da Unidade é desanimador. Por conta de problemas estruturais, mas, sobretudo, de falta de recursos humanos, o Dom Moura vem passando por uma interdição ética parcial desde o último mês de Abril. De acordo com os Médicos, muitas escalas estão incompletas em todos os setores. Também existe o problema da escala falsa. “Vou dar um exemplo do sábado. Na escala médica desse sábado (25), estava constando três médicos, um dos médicos que constava na escala esta há mais de dois meses sem trabalhar nesse dia. A escala de domingo (26) saiu o nome de um médico que já pediu demissão há mais de um mês”, denunciou, em entrevista a Rádio Jornal, o reumatologista e geriatra André Marrocos, que dá plantão aos sábados, no Dom Moura.

Também existem casos de constrangimento e assédio moral contra os médicos e queixas de alimentação insuficiente para pacientes e médicos. A escala de médicos na UTI está desfalcada, com vários profissionais atuando em plantões extras e com contratos de trabalho frágeis. A traumatologia está sem realizar cirurgias que necessitem de Intensificador de imagem, equipamento fundamental para alguns tipos de fratura. O aparelho está em fase de compra.

Ainda na lista de dificuldades do Dom Moura, consta a falta de material de reanimação completo no setor de obstetrícia, bem como a frequente escassez de antibióticos e anestésicos. Ainda de acordo com o CREMEPE, muitos partos são realizados sem a assistência de pediatra. Também não há neonatologista de plantão e o bloco cirúrgico do Hospital Dom Moura não possui Sala de Recuperação Pós-Anestésica. O Setor não conta com monitores cardíacos nem respiradores. De acordo com o Conselho Regional de Medicina, os anestesistas também reclamam da falta de materiais indispensáveis na aparelhagem básica. Muitos médicos dessa especialidade usam aparelhos próprios nos procedimentos.

“Hoje nós estamos vivendo o caos dentro do Dom Moura(...); mais de 90% dos profissionais do Dom Moura são heróis. Porque ficam procurando de toda maneira atender bem a população”, finalizou o médico André Marrocos.  

Para saber mais sobre a Interdição Ética do Dom Moura, acesse: http://blogdocarloseugenio.blogspot.com.br/2013/04/cremepe-determina-interdicao-etica.html