“A situação do Hospital Dom
Moura é Caótica”, a afirmação é do médico André Marrocos, que integra o quadro clínico
da Unidade de Saúde. Por conta desta realidade, é que representantes do
Conselho Regional de Medicina (CREMEPE) e do Sindicato dos Médicos (SIMEPE)
estiveram em Garanhuns participando de assembleia geral da categoria, quando
decidiram realizar um ato público para encaminhar uma Ação Civil à Justiça cobrando
responsabilidade do Governo sobre a saúde.
O Ato acontece na próxima
terça-feira, dia 4 de junho, a partir das 9h, defronte ao Hospital Regional Dom
Moura. Contando com o apoio de estudantes do curso de medicina instalado na
Cidade, os médicos seguirão em caminhada para as sedes do Ministério Público e
da Justiça Federal na Cidade para fazer a entrega simbólica da Ação Civil. A
população também esta sendo convocada a participar desse Movimento.
O quadro de funcionamento da
Unidade é desanimador. Por conta de problemas estruturais, mas, sobretudo, de
falta de recursos humanos, o Dom Moura vem passando por uma interdição ética
parcial desde o último mês de Abril. De acordo com os Médicos, muitas escalas
estão incompletas em todos os setores. Também existe o problema da escala
falsa. “Vou dar um exemplo do sábado. Na escala médica desse sábado (25), estava
constando três médicos, um dos médicos que constava na escala esta há mais de
dois meses sem trabalhar nesse dia. A escala de domingo (26) saiu o nome de um
médico que já pediu demissão há mais de um mês”, denunciou, em entrevista a
Rádio Jornal, o reumatologista e geriatra André Marrocos, que dá plantão aos
sábados, no Dom Moura.
Também existem casos de constrangimento
e assédio moral contra os médicos e queixas de alimentação insuficiente para
pacientes e médicos. A escala de médicos na UTI está desfalcada, com vários
profissionais atuando em plantões extras e com contratos de trabalho frágeis. A
traumatologia está sem realizar cirurgias que necessitem de Intensificador de
imagem, equipamento fundamental para alguns tipos de fratura. O aparelho está
em fase de compra.
Ainda na lista de dificuldades
do Dom Moura, consta a falta de material de reanimação completo no setor de
obstetrícia, bem como a frequente escassez de antibióticos e anestésicos. Ainda
de acordo com o CREMEPE, muitos partos são realizados sem a assistência de
pediatra. Também não há neonatologista de plantão e o bloco cirúrgico do
Hospital Dom Moura não possui Sala de Recuperação Pós-Anestésica. O Setor não
conta com monitores cardíacos nem respiradores. De acordo com o Conselho Regional
de Medicina, os anestesistas também reclamam da falta de materiais
indispensáveis na aparelhagem básica. Muitos médicos dessa especialidade usam
aparelhos próprios nos procedimentos.
“Hoje nós estamos vivendo o
caos dentro do Dom Moura(...); mais de 90% dos profissionais do Dom Moura são
heróis. Porque ficam procurando de toda maneira atender bem a população”, finalizou
o médico André Marrocos.
Para saber mais sobre a
Interdição Ética do Dom Moura, acesse: http://blogdocarloseugenio.blogspot.com.br/2013/04/cremepe-determina-interdicao-etica.html