terça-feira, 29 de setembro de 2015

OPINIÃO: “Centro de Reabilitação de Garanhuns ¬- Por que transferir o Atendimento Fisioterapêutico?”

 

O Blog do Carlos Eugênio recebeu do cidadão Evilson Rêgo, que exerce atualmente o cargo de Secretário da Fazenda de Garanhuns, o texto abaixo a cerca da sua opinião quanto à decisão da Prefeitura de Garanhuns em fechar Centro de Reabilitação de Garanhuns e transferir os seus atendimentos para a Rede Conveniada de Saúde. Confira: 

“CENTRO DE REABILITAÇÃO DE GARANHUNS ­- PORQUÊ TRANSFERIR O ATENDIMENTO FISIOTERAPÊUTICO?
Sobre o fechamento do Centro de Reabilitação de Garanhuns, a propósito dos depoimentos negativos que me foram passados neste final de semana, a bem da justiça e na condição de Cidadão Garanhuense, conhecedor da sua presente administração pública, notadamente da saúde, eu também gostaria de prestar meu depoimento, conforme segue:

Primeiro:­ precisamos entender, distinguir e saber que: de um lado, administrar, significa gerir, dirigir, conduzir, regular, governar ou reger uma instituição em busca de objetivos comuns. Isto implica em ter coragem, sabedoria e firmeza para deliberar e fazer o que é necessário para o bom andamento de qualquer organização; do outro lado, agradar, significa contentar, causar prazer, satisfazer, afagar ou acariciar alguém em prol de sua própria satisfação, o que traduz fazer os gostos, os interesses ou os desejos pessoais de alguém ou de um grupo, isoladamente. Portanto, enquanto administrar traduz um conjunto de ações positivas, com vistas ao que se faz necessário ser feito para o bem comum, agradar traduz fazer o que as pessoas querem que seja feito em favor de si próprias.

Segundo:­ é importante lembrar que a responsabilidade pública de administrar não pode ser transformada e nem confundida com satisfação de interesses pessoais de A nem de B. Administrar exige imparcialidade, serenidade, comprometimento, competência, diligência e firmeza, sobretudo pra distinguir, julgar e decidir sobre o que é necessário e o que é agradável. Bom seria sempre podermos unir o útil ao agradável, ou seja, administrar para agradar a todos, mas quase sempre essa hipótese não é verdadeira, porque sempre houve, sempre há e sempre haverá alguém ou um grupo isolado de pessoas, buscando interesses e vantagens para si, mesmo na contramão dos interesses comuns a todos.

Terceiro: igualmente importante é se comparar o que é justo com o que é favorável. O que é justo o é de forma imparcial e universal, mas o que é favorável o é de forma parcial e unilateral, que enseja benefícios pessoais. Enquanto um atende o que é de direito de qualquer pessoa ou coletividade, em qualquer lugar do mundo, o outro satisfaz o que é da conveniência de alguém ou de um grupo, isoladamente, em um certo lugar.

Quarto: ­ a administração de qualquer organização, seja pública, privada ou mista, não delibera, como a própria expressão já traduz, não toma decisões sem primeiro refletir. Por isso, não decide para agradar, senão para fazer cumprir seu papel de gestor, regulador, condutor ou administrador, sempre objetivando o melhor caminho em busca da eficiência. E é exatamente essa perseguida eficiência que se reflete na redução dos custos e na melhoria do atendimento, caracterizando um resultado maior com um custo menor, e isso se chama de competência com responsabilidade e eficiência.

Quinto: ­ a título de exemplo proposital, pondere sobre o que se segue: se um só Fisioterapeuta é capaz de atender simultaneamente e a contento, cerca de 4 a 5 pacientes por hora, não faz sentido manter­-se um Centro de Reabilitação com sete ou oito profissionais graduados e capacitados, cuja média de atendimento foi de 0,6 por Fisioterapeuta/hora, como aconteceu nos anos de 2013 e 2014, já que ainda não tenho conhecimento da média do presente ano.

Sexto: para atender as demandas do município, temos clínicas especializadas na Cidade, com expressiva ociosidade em suas instalações, que excluem plenamente a necessidade de manter-se uma estrutura física bancada com recursos próprios, indevidamente onerosa, portanto desnecessária. Outrossim, vale salientar que os valores da Tabela SUS dos serviços fisioterapêuticos prestados, serão os mesmos que a Prefeitura recebe para fins específicos do correspondente atendimento. Neste caso o Município ganha com a redução de gastos bancados com recursos próprios e os pacientes ganham também com a ampliação do atendimento.

Sétimo: num momento de explicita crise econômica e extrema dificuldade financeira, pelo que passa nosso Brasil, sobretudo as unidades federativas, não seria a Administração Pública de Garanhuns a única e isolada heroína a ilusoriamente achar que é possível superar uma fase difícil sem que se empenhe um esforço redobrado, suas atividades sejam revistas e seus gastos ajustados à nossa atual realidade.

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Oitava: se o objetivo essencial da administração pública de Garanhuns é ampliar os espaços públicos e adequá-­los a servir mais e melhor à sociedade garanhuense, é também de sua responsabilidade, a avaliação, o julgamento e suas consequentes decisões sobre o quê deve ser feito para atender mais e melhor as reais necessidades e os anseios do seu povo como um todo, com justas medidas de pontuais cortes de despesas e de plena imparcialidade nas decisões de interesses público.

Sendo assim, quero me solidarizar com o Ilustre Secretário da Saúde, Sr. Alfredo de Góis, pela ponderada decisão e pela oportuna medida tomada com relação à transferência do atendimento dos serviços terapêuticos, do Centro de Reabilitação para as honrosas clínicas de Fisioterapia da cidade, sem quaisquer ônus para os que necessitam desse tratamento.

Por fim, gostaria de enfatizar que resta à sociedade: primeiro, creditar à gestão vigente o esperado respeito, a devida credibilidade e a indispensável confiança, na certeza de que há um compromisso público a ser administrado com seriedade, competência e responsabilidade, como uma missão a ser cumprida com integridade, ponderação e sensatez em favor de todos; segundo, que todos nós saibamos estabelecer critérios honestos para críticas e seletividade nos falsos e isolados julgamentos, de tal modo que todos tenhamos o claro discernimento na hora de criticar e lealdade plena no momento de julgar, sabendo separar o joio do trigo, ou seja, identificar quem realmente está a fim de contribuir para a construção ou quem habitualmente se detém a criticar para a destruição, como ocorre nos depoimentos levianos ou nas denúncias irresponsáveis, oriundas de uma pequena parte da sociedade, que, em sua maioria, são exatamente aqueles que nada fazem e não reconhecem o que os outros estão dispostos e determinados a fazer, para o bem de todos.

De coração, desejo mais e melhor para todos, além do justo e merecido tratamento de ordem pública que cada cidadão ou cidadã tem feito e faz por merecer.

Evilson Rêgo
Cidadão Garanhuense.
Especialista em Desenvolvimento Urbano,
Planejamento Econômico-­Financeiro
Liderança Corporativa e Gestão Pública”.


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