Após assembleia realizada na tarde desta sexta-feira, dia 28, Policiais
Civis de Pernambuco decidiram deflagrar o Estado de Greve. Ficou decidido que
haverá restrição nos serviços prestados à população e que, a partir de janeiro,
a qualquer momento poderá ser deflagrada a greve geral. Uma agenda de atos
públicos em protesto contra a falta de respostas do Governo do Estado em
relação à pauta de reivindicações da categoria também é prevista
pelo Sindicato dos Policiais Civis (Simpol).
“A categoria está dando carta branca para decretarmos greve se o Governo
do Estado não sentar na mesa para negociar conosco. Estamos dispostos a parar
no Carnaval”, afirmou o presidente do sindicato, Áureo Cysneiros. Entre a pauta
apresentada ao governo, a categoria pede a criação do plano de cargos e
carreiras, reajustes salariais e melhorias das condições de trabalho.
A decisão pelo estado de greve acontece em um momento delicado. Nesta
semana, Pernambuco ultrapassou a marca de 3.440 homicídios registrados neste
ano. O número superou a quantidade de assassinatos contabilizada ao longo
de todo o ano de 2014. Isso significa que pela segunda vez consecutiva o Pacto
pela Vida fechará o ano com resultado negativo.
Desde
maio deste ano, o Simpol vem realizando uma série de mobilizações na tentativa
de pressionar o Governo do Estado. Houve até paralisação de advertência,
restringindo serviços no Instituto de Medicina Legal (IML) e no Instituto de
Criminalística. No mês seguinte, preocupado com a possibilidade de greve, o
Governo do Estado entrou com pedido no Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE)
para que determinasse que os policiais civis que faziam paralisação de
advertência voltassem imediatamente ao trabalho. O pedido foi acatado. Na
época, a categoria optou por não deflagrar a greve.