Em Pernambuco, pessoas que convivem com diabetes e solicitam ao Estado o tratamento para
manter a doença sob controle denunciam a falta de regularidade no fornecimento
do kit completo para tratamento da enfermidade que, sem terapêutica e
monitoramento adequados, abre portas para um leque de complicações, como
cegueira, insuficiência renal, amputações, danos em nervos e problemas
cardiovasculares.
Na Farmácia de Pernambuco, na Boa Vista, Centro do Recife, bem como nas
Farmácia do Interior, como aqui em Garanhuns, existem relatos da falta um
arsenal fundamental para deter os altos e baixos da glicose: as prateleiras
estão sem três insulinas de ação rápida (usadas antes das refeições ou nas
ocasiões em que há aumento da glicemia) e sem insulina de ação prolongada,
aplicada uma vez ao dia.
Além disso, não há insumos para verificar como estão as taxas de
glicose e poder aplicar de forma segura as doses de insulina. As tiras para
monitorar o açúcar no sangue e as agulhas para aplicar insulinas estão escassas
na Farmácia do Estado. “Para se manter saudável, uma pessoa com diabetes
precisa controlar as taxas e seguir corretamente o tratamento. Mas há quase
dois anos, o fornecimento de insulina é irregular. Quando tem um tipo de
medicação na Farmácia do Estado, falta outro”, diz a endocrinologista Elcy
Falcão, presidente da comissão científica da Associação Pernambucana do
Diabético Jovem.
A Médica ressalta que os mais prejudicados são os pacientes com diabete
tipo 1 – versão da doença em que pouca ou nenhuma insulina (hormônio que
controla a quantidade de glicose no sangue) é liberada para o corpo. São
pessoas dependentes das aplicações diárias da medicação para manter a qualidade
de vida. “A insulina de ação prolongada, que dá a base para aplicação das
outras, é a que mais falta. Os pacientes fazem queixas à ouvidoria da farmácia
e escutam sempre que a situação vai regularizar, mas nada acontece”, acrescenta
Elcy.
Em nota, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) informou que a compra das
insulinas de ação rápida (NovoRapid e Humalog) está em processo de licitação.
Já a Apidra (também de ação rápida) tem entrega marcada para a próxima terça-feira,
dia 12. “Em relação às fitas para controle glicêmico, houve problema no
processo licitatório. Um novo já foi aberto.” Questionada sobre o universo de
pessoas com diabete no Estado que dependem do governo para o tratamento, a SES
não forneceu o número. (Com informações do JC online. CONFIRA)